sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Oscar Niemeyer
Iludem-se aqueles que acham que Oscar Niemeyer morreu. Genios não morrem. Deixam saudade quando partem para a nova morada com a missão de iluminar uma uma nova estrela na imensa constelação da Via Láctea.
Sua longa viagem priva-nos da convivência de um gênio da poesia no sentido mais amplo porque, no papel além de ter feito prosa e verso, conseguiu de simples rabiscos materializar imagens que de tão leve e suave pareciam folhas de papel de seda flutuando no ar.
As colunas do Palácio da Alvorada que mal parecem tocar o solo, é como se fossem bailarinas com as pontas dos pés tocando de leve o chão dos palcos do mundo encantando uma plateia extasiada, representam a síntese de sua genialidade.
Sim, as obras deixadas por Niemeyer por esse mundão a fora eram mais que obras arquitetônicas. Eram árvores frondosas fixadas no solo com raízes profundas cuja parte visível são um permanente deleite para nossos olhos e mentes.
Descansou o corpo cansado de um homem que durante 104 anos de vida e 80 de profissão não somente viu passar o mundo, testemunhar suas grandes transformações. Participou ativamente desse processo.
De sua prancheta saíram obras de arte que a todos encantou, aqui e alhures. Cada projeto seu era um desafio às leis de gravidade e física. Em sua prancheta nasceram cidades, universidades, monumentos, prédios residenciais, comerciais e públicos, museus, esculturas, sambódromos, escolas, palácios para os poderosos e igrejas para os que buscam misericórdia e alívio para seus sofrimentos.
Um ser sensível que entre a rigidez da reta como a ditar regras de comportamento e a sinuosidade das curvas se adaptando as situações preferiu ficar com as últimas pois nelas via as curvas das montanhas do seu país, a sinuosidade dos rios e a forma da mulher preferida. E porque não dizer, o comportamento vacilante do ser humano que nas curvas encontram o leito para os seus passos em busca do aprendizado para andar em linha reta. Um ensinamento divino de alguém que mesmo dizendo não acreditar em Deus foi um fiel discípulo durante 104 anos por suas convicções, comportamento e por entender que a beleza da natureza quando agredida pela mão do homem pode ter seus efeitos minimizados, desde que o ferro, o cimento e o aço sirvam de material para manifestações e materializações poéticas.
E Niemeyer foi um poeta.
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Estava sentindo falta des seus posts amigo Virgílio. Voce escreve muito bem e consegue nos emocionar. Abçs.
ResponderExcluirMuito obrigado por seu comentário afetuoso. Abs.
ExcluirLindo texto! A genialidade de Niemeyer é impossível de ser expressa em palavras... Observar suas obras é só o início...
ResponderExcluirFico contente m saber que você gostou.
ExcluirAbs.
Estava sentindo falta des seus posts amigo Virgílio. Voce escreve muito bem e consegue nos emocionar. Abçs.
ResponderExcluirVIA Helio e eu assino em baixo.
Vc faz falta meu doce amor.
Oi amore mio, muito obrigado. Bjos.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFalou e disse, Virgílio !
ResponderExcluirNiemeyer foi o Grande Mago dos Traços !
Sabia que, quando ele venceu a licitação para projetar Brasília,
ao invés de apresentar pranchas e mais pranchas, ele apenas mostrou os esboços, com seus traços maravilhosos ?
Pois é, e encantou a todos !
Grande Abraço !
Arthur Edgard
Querido Virgílio,
ResponderExcluirQuase uma ode a Niemeyer! Enquanto poesia para o poeta que transcende os limites do imaginável, só a sensibilidade e olhar magnânimo de um outro ser genial: Virgílio. Suas palavras, são cantantes e milimetricamente curvilínea!
Parabéns!