As meninas normalmente tratam
suas bonecas com muito carinho. E a última recebida de presente, como de praxe,
recebe um tratamento de filha recém-nascida, exigindo os carinhos e cuidados
infantis como se realmente filha fosse. E com Elisa no verdor dos seus oito
anos não é diferente conforme me relatou
sua mãe ao telefone após ter recebido a orientação de como encaminhar para tratamento
no centro espírita (Casa do Caminho) um familiar seu que está enfermo.
Contou-me que além dos
longos e carinhosos diálogos, às vezes algumas reclamações e castigos, não abre
mão de dormir com ela na cama sem esquecer de agasalha-la para que não sinta frio
à noite.
O que acabara de ouvir
imediatamente fez-me lembrar da canção do saudoso Gonzaguinha que nos fala da
"pureza da resposta das crianças" em uma das suas mais belas composições.
Infelizmente à
proporção que vamos crescendo essa pureza vai se escoando como água entre os
dedos, nos transformado em nome da responsabilidade, dos compromissos, do corre-corre,
em pessoas quase insensíveis, vítimas das próprias armadilhas que
criamos. E pior: em busca de melhor qualidade de vida.
Que melhor qualidade de
vida é essa que nos faz esquecer afeto, carinho, gestos singelos tão comuns nas
crianças que nos mostram na prática e diariamente as belezas da vida que
insistimos não ver?
Em busca de uma
felicidade planejada para não alcançar, temos medo de ser feliz. Essa é a dura
realidade que não queremos acreditar.
"Viver e não ter a vergonha
de ser feliz" como nos recomendou Gonzaguinha é um ensinamento que deveríamos repetir várias vezes ao dia.
Aprender com os
exemplos das crianças, principalmente nos seus gestos de carinho que não cansam
de repetir, é uma lição que não deveríamos esquecer jamais.
E que todas as
crianças, aqui representadas por Elisa, cresçam sem jamais perder a ternura.
Vai
fazer bem.
Muito bem.
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