terça-feira, 11 de junho de 2013

A BONECA DE ELISA


As meninas normalmente tratam suas bonecas com muito carinho. E a última recebida de presente, como de praxe, recebe um tratamento de filha recém-nascida, exigindo os carinhos e cuidados infantis como se realmente filha fosse. E com Elisa no verdor dos seus oito anos  não é diferente conforme me relatou sua mãe ao telefone após ter recebido a orientação de como encaminhar para tratamento no centro espírita (Casa do Caminho) um familiar seu que está enfermo.
Contou-me que além dos longos e carinhosos diálogos, às vezes algumas reclamações e castigos, não abre mão de dormir com ela na cama sem esquecer de agasalha-la para que não sinta frio à noite.
O que acabara de ouvir imediatamente fez-me lembrar da canção do saudoso Gonzaguinha que nos fala da "pureza da resposta das crianças" em uma das suas mais belas composições.
Infelizmente à proporção que vamos crescendo essa pureza vai se escoando como água entre os dedos, nos transformado em nome da responsabilidade, dos compromissos, do corre-corre, em pessoas quase insensíveis, vítimas das próprias armadilhas que criamos. E pior: em busca  de melhor qualidade de vida.
Que melhor qualidade de vida é essa que nos faz esquecer afeto, carinho, gestos singelos tão comuns nas crianças que nos mostram na prática e diariamente as belezas da vida que insistimos não ver?
Em busca de uma felicidade planejada para não alcançar, temos medo de ser feliz. Essa é a dura realidade que não queremos acreditar.
"Viver e não ter a vergonha de ser feliz" como nos recomendou Gonzaguinha é um ensinamento que deveríamos repetir várias vezes ao dia.
Aprender com os exemplos das crianças, principalmente nos seus gestos de carinho que não cansam de repetir, é uma lição que não deveríamos esquecer jamais.
E que todas as crianças, aqui representadas por Elisa, cresçam sem jamais perder a ternura.
Vai fazer bem.
Muito bem.

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