segunda-feira, 18 de março de 2013

ENFIM UM FRANCISCO

    Enfim um Francisco assume o trono de Pedro.
  O jesuíta Jorge Mario Bergoglio  escolheu o nome de Francisco como Papa, não importa em qual deles se inspirou: Assis ou Xavier. O importante é que esses dois Franciscos em suas épocas foram exemplos de dignidade, respeito, humildade, amor ao próximo, hábitos simples, ímpares no servir às causas cristãs, fé inabalável e disposição permanente para defender pobres e humildes. Exemplos de despojamento pessoal, assumiram de maneira ostensiva  compromissos de mudanças, abdicaram da ostentação e defensores ferrenhos de uma Igreja permanentemente voltada para os menos favorecidos.
  Se Assis, um jovem cheio de energia e vitalidade nascido em família de posses substituiu o conforto em que vivia  pelas asperezas de uma vida desprovida de bens materiais, para servir aos deserdados da sorte, Xavier não fez por menos. Estudante em Paris, certamente trocou a tranquilidade de uma vida que certamente desfrutaria, pelas privações de uma vida monástica ao fundar com Ignácio de Loyola e  mais quatro companheiros na Capela dos Mártires na colina de Montmatre a Companhia de Jesus destinada a desenvolver trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário em Jerusalém ou para ir onde o papa mandasse sem questionar, tendo antes feito  votos de pobreza e castidade.
  Como vemos, nada mais carismático do que a escolha de um nome carregado da simbolismos para dirigir uma Instituição que ao longo dos séculos, independente do seu excelente trabalho de levar aos mais longinqüos  recantos as mensagens de Jesus, se perdeu nas miudezas da vaidade humana e hoje sofre os efeitos no próprio âmago as consequências dos desvios de objetivos e  atrocidades cometidas às milhares de almas que, em sua ótica, se posicionavam contra os desígnios de Deus, que vaidosa e orgulhosamente se diziam representar.
  Os membros da Curia romana escolhidos para ajudar o Papa na administração da Igreja, deslumbrados pela pompa e cegos pela vaidade esqueceram-se da sua nobre tarefa  tornando-se exímios mestres de intrigas e defesa de interesses que em nada ajudam a Igreja.
  Se as fogueiras da Inquisição que outrora  levaram dor e sofrimento a centenas de pessoas que apenas gostariam de ter o direito de pensar, hoje os mesmos  interesses mesquinhos de determinados grupos,  impossibilitados de acender fogueiras e carbonizar corpos devoram a credibilidade da igreja  praticando crimes financeiros, abusos sexuais - com destaque para a prática da pedofilia,  tráfico de influência e turismo sexual entre seus próprios membros, segundo a imprensa.
  Resta-nos desejar e esperar que qualquer que tenha sido o Francisco, ou mesmo ambos os Franciscos, sinônimos de quebra de paradigmas inspirem e fortaleçam o Papa Francisco para conseguir que a Igreja se livre das ervas daninhas que tantos prejuízos lhe causam e, depois de curada, readquira as condições para melhor zelar pelo rabanho que se comprometeu conduzir.
  Assim seja.
 


4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Refazendo o comentário. " Pai nosso que...." Só nos resta rezar.

    ResponderExcluir
  3. Quero ver até onde esse Papa aguenta....Hoje ele dividiu em tres o cargo do chefe de Estado do Vaticano, mexeu forte nas entranhas bandida da estrutura. esse Papa tem que ser o Joaquim Barbosa de Deus, senão o catolicismo vai pras trevas. Abraço glorioso amigo. Saudades

    ResponderExcluir
  4. Um abração para ti, dono das Virgílicas.
    Uma bela licão da história da Igreja.

    ResponderExcluir