A alegria com que minha sobrinha
comemorava com familiares e amigos seus trinta anos, não deixava dúvidas da sua felicidade, tanto que o bolo. Era o retrato da felicidade que toma conta das mulheres atuais.
Se fosse no século 19, ela estaria “na bela idade de trinta anos, ápice poético da
vida das mulheres”, conforme definiu Balzac a sua personagem Julia no livro A Mulher de Trinta Anos.
Mas Carol, com a maturidade dos trinta e a juventude dos dezoito, firme nas atitudes e capacidade de luta para alcançar seus objetivos é uma balzaquiana do século 21. Além da beleza natural, agora realçada pela beleza da idade, ela tem a certeza de que seu ápice poético somente será alcançado quando consolidar suas conquistas.
Pelo que conseguiu até agora, muitos em seu lugar provavelmente se acomodariam. Porém o temperamento irrequieto, combustível dos que pensam longe e voam alto, estimula de maneira inquietante para ir em frente; a moderação freia-lhe a impetuosidade alertando-lhe dos perigos de ultrapassar o limite. A sensatez puxa o freio.
Em Carol, vejo o perfil das mulheres de trinta anos dos dias atuais que no olhar, no sorrir, no conversar, com inteligência, sagacidade e certeza de que são observadas, queridas, desejadas e algumas vezes temidas, não
perdem a ocasião de clara ou sutilmente, numa linguagem da atualidade, enviar “torpedos” dizendo: sou
beleza e não paisagem, aço
em porcelana, leoa
e beija flor. Mãe,
filha, companheira, sou
valente sou guerreira, sou
tigresa, sou ternura. Sou poesia... em rimas ricas. Sou
tudo com muito amor.
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