sábado, 20 de julho de 2013

CAROL, UMA MULHER DE TRINTA ANOS



     A alegria com que minha sobrinha comemorava com familiares e amigos seus trinta anos, não deixava dúvidas da sua felicidade, tanto que o bolo. Era o retrato da felicidade que toma conta das mulheres atuais.
     Se fosse no século 19, ela estaria “na bela idade de trinta anos, ápice poético da vida das mulheres”, conforme definiu Balzac a sua personagem Julia no livro A Mulher de Trinta Anos. 
     Mas Carol, com a maturidade dos trinta e a juventude dos dezoito, firme nas atitudes e capacidade de luta para alcançar seus objetivos é uma balzaquiana do século 21. Além da beleza natural, agora realçada pela beleza da idade, ela tem a  certeza de que seu ápice poético somente será alcançado quando consolidar suas conquistas.  
     Pelo que conseguiu até agora, muitos em seu lugar provavelmente se acomodariam. Porém o temperamento irrequieto, combustível dos que pensam longe e voam alto,  estimula de maneira inquietante para ir em frente; a moderação freia-lhe a impetuosidade alertando-lhe dos perigos de ultrapassar o limite. A sensatez puxa o freio.
     Em Carol, vejo o perfil das mulheres de trinta anos dos dias atuais que no olhar, no sorrir, no conversar, com inteligência, sagacidade e certeza de que são observadas, queridas, desejadas e algumas vezes temidas, não perdem a ocasião de clara ou sutilmente, numa linguagem da atualidade, enviar “torpedos” dizendo: sou beleza e não paisagem, aço em porcelana, leoa e beija flor. Mãe, filha, companheira, sou valente sou guerreira, sou tigresa, sou ternura. Sou poesia... em rimas ricas. Sou tudo com muito amor.
Foto de Mary Ann Wetters. 




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