O visual retrô do Virgílicas não significa o
rompimento com as maravilhas do mundo cibernético nem uma tentativa fadada ao
fracasso, mesmo porque um não exclui o outro.
Quando em maio de 2011 em Joinville, meu irmão
de coração Ricardo em menos de 15 minutos materializou o meu desejo de ter um
blog, colocou em meu poder uma ferramenta atual onde teria a oportunidade de
divulgar minhas ideias, minhas bobagens, algumas até de razoável conteúdo, que
ao simples acionar da tecla enviar passaria a correr mundo numa velocidade
impressionante.
Hoje o visual tomando uma forma retrô, fruto da
sensibilidade artística do meu sobrinho poeta Mateus Borba, onde uma máquina de datilografia das mais
antigas e na indicação da origem do blog um São Salvador Sec. XXI não mais usado,
consolida uma realidade que muitos teimam em não admitir. Para viver
modernamente não é necessário matar o antigo. Até porque, por mais modernosos
que possamos ser, quando saímos dos limites e beijamos o exagero,
inconscientemente somos alertados pelo sensor da realidade.
A mudança poderia passar em branco. Mas, se isso
ocorresse seria uma ingratidão com Ricardo que me proporcionou o prazer do
diálogo escrito que quase morreu com o fim das cartas e dos telegramas. E a
Mateus que ao valorizar o retrô provavelmente me enviou uma sutil mensagem de
que não devo exagerar no modernismo nem esquecer o passado. Ambos podem
conviver em harmonia, desde que em harmonia estejamos conosco mesmo.
A vontade de dizer isso tomava conta de mim e me incomodava por ver o tempo passando e não divulgar. Eu transpirava e quando praticamente transpirei os noventa e cinco por cento que tenho, a inspiração, detentora de cinco por cento do consorcio, saiu da sua sonolência irresponsável, torturante, maquiavélica e me mostrou o caminho com um sorriso irritante e um cinismo impressionante: as belíssimas fotos de Nova York enviadas por Helio Joinville cuja
sensibilidade para captar o belo é impressionante. Complementado com uma qualidade profissional
de fotografo amador, durante quinze dias no facebook a todos nós encantou com as magníficas fotos da Big Apple captadas pelas lentes de sua máquina fotográfica. Simplesmente maravilhosas.
Se resolver um dia editar um álbum,
tenham certeza que facilmente será incluído entre os melhores, retratando
Nova York, onde o velho e o novo, o verde e o ocre, o aço revestido de vidro e os tijolos nus sem qualquer preconceito, convivem em harmonia respeitosa sem a preocupação do que pensam e fazem os homens e suas mentes conflituosas.
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