A última pesquisa do Ibope divulgada ontem comprova a recuperação da presidente Dilma após a violenta queda decorrente dos movimentos de rua do mês de junho. Hoje, com 38% das intenções de voto dos eleitores já supera os possíveis concorrentes (Marina, Aécio ou Serra e Eduardo Campos). É lógico que o número dos que ainda não sabem em quem votar estando na faixa dos 31%, mostra que há ainda muito chão para ser percorrido até outubro de 2014 e consequentemente tudo poderá mudar.
Não me surpreende essa recuperação lenta e consistente porque nos episódios de junho a presidente capitalizou as insatisfações com o seu governo como também a insatisfação contra os governadores e prefeitos porque muitos brasileiros presumem que ao mais alto dirigente do país tudo pode esquecendo-se que há assuntos que são de exclusiva competência dos governantes locais. Tanto isso é verdade (pelo menos para mim) que no auge da crise, enquanto Dilma, que captava a insatisfação contra Fernando Haddad, Alckmin, Sérgio Cabral e despencava nos índices, os números continuavam favoráveis a Lula.
Porém ao me ver não é somente isso que indica a recuperação da presidente. Outros fatores para mim contribuíram e vão continuar contribuindo para tal:
1) as manifestações, justas e necessárias e que no início possuíam um foco, muito rapidamente desfocaram e cederam lugar a baderneiros e vândalos e, consequentemente cansou a população pelo desvirtuamento;
2) o governo, inteligentemente, ocupou a mídia com temas como reforma constitucional, reforma eleitoral e com isso fez a oposição se perder em discutir temas que até as pedras sabiam que não passava de cortina de fumaça;
3) um outro tema foi a contratação de médicos cubanos e posteriormente estrangeiros, onde o governo mais uma vez, de maneira inteligente, emparedou a oposição. Sabemos nós que a saúde pública no Brasil é péssima. Em vez de se debruçarem em busca de caminhos para pelo menos melhorar a situação, os do contra começaram a contestar a vinda dos médicos e que para atuar no Brasil era necessário o Revalida, o governo afirmava que se isso ocorresse os médicos poderiam trabalhar onde quisessem e não onde havia carência deles. Os Conselhos Federais, que aqui para nós são mais reconhecidos pelo corporativismo do que pela boa prática da medicina embarcou na canoa e mais uma vez deixou escapar a oportunidade de debater seriamente um assunto extremamente sério: saúde.
O povão quer médico, mesmo porque é melhor um médico com todas as precariedades do que nenhum médico.
3) Para finalizar pois já me alonguei demais, a oposição precisa saber que ganha eleição quem promete o arco íris. Eleitos não quer saber de candidato que fica se queixando, se lamentando e exclusivamente apontando os erros do adversário sem apontar alternativas. Até porque, a lógica do eleitor é a seguinte: se fulano está ruim e o adversário apenas se lamenta, prefiro ficar com o ruim para não cair na mão do pior.
PS.: Ontem vendo o programa do PPS, o seu presidente deputado federal Roberto Freire, por quem já tive uma grande admiração, criticando o governo (e é isso que se espera da oposição) afirmou que que ele está desestabilizando o Poder Judiciário, referindo-se ao resultado do julgamento da Ação Penal 470. Lamentavelmente Roberto Freire esclerosou de vez.
Vou limitar-me a comentar somente a repaginada no blog. Ficou muito bonito e bom de bom gosto.
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ResponderExcluirConhecida pelo bom gosto e refinamento, sua aprovação é a certeza de que o trabalhe de Mateus foi realmente maravilhoso.
Obrigado.