A retrocracia brasileira trazida nos
baús de D. João VI quando às pressas resolveu se exilar no Brasil fugindo
das tropas de Napoleão que mordiam seus calcanhares, encastelou-se no poder e
por todos os métodos possíveis e imagináveis se manteve até Lula assumir a
presidência da república.
Um grande número de retrocratas² apoiou, fez campanha e até nele votou com a certeza de que o operário
semianalfabeto, retirante nordestino não
demoraria multo tempo no cargo, não só por sua falta de preparo (assim
pensavam), como também por substituir um iluminado, um intelectual,
poliglota e autor de livros: FHC.
Até mesmo quando a Polícia Federal e o Ministério Público passaram finalmente a
exercer suas verdadeiras funções de órgãos a serviço do Estado e não aos interesses dos
governantes de plantão, livre das amarras investiu profundamente nos focos de corrupção, eles não se importaram
muito e nem captaram o alerta do ministro da Justiça Marcio
Thomaz Bastos quando declarou: “a
corrupção não aumentou; ela passou a ser investigada”. E sua excelência sabia muito bem o que falava pois muitos deles constavam do seu cadastro de clientes, antes de licenciar-se para ocupar o ministério.
O comportamento
do governo no processo do mensalão
não influenciando no andamento do julgamento fez com que os retrocratas
ajustassem suas antenas, pois jamais viram um governo deixar ao mar aliados,
sem tentar de alguma forma salvar-lhes a
pele. O instinto de defesa captara o sinal.
Ainda sonolentos farejaram
o odor do queimado e, em raciocínio lógico concluíram que se ele não protegia
os aliados, um dia viriam para cima deles. Começaram a maquinar e rapidamente azeitaram
as engrenagens que em nome da moralidade iriam defender seus interesses
imorais.
Com inteligência (os imorais são extremamente inteligentes),
com bastante recursos (não lhes faltam pois sempre rapinaram), com o poder de
influenciar a opinião pública (afinal de contas a retrocracia comanda os
meios de comunicação) e a falta de caráter, uma característica ímpar dos retrocratas, ligaram a máquina de moer
reputações e partiram para cima de Lula com toda sua artilharia muito bem
adestrada na especialidade de denegrir, com um único e patológico objetivo:
desmoralizar o governo a qualquer preço.
Bastava a oportunidade surgir. E surgiu com o flagrante armado do pagamento de propina a um
funcionário dos Correios cujo desdobramento resultou na denúncia de compra de
votos de deputados para que propostas suas fossem aprovadas. Um escândalo, um
absurdo.
Com a cretinice de sempre, as denúncias mesmo antes de
apuradas ganharam cunho de verdade inconteste e o governo considerado um covil
de ladrões. Por conveniência esqueceram que
FHC eleito para um mandato de quatro anos conseguira através da compra de votos
no Congresso a alteração da Constituição para que fosse permitido seu direito
de tentar a reeleição.
A entrevista do deputado Roberto Jefferson à revista Veja
confirmando a denúncia de um fundo para comprar votos de deputados que
ajudariam a aprovar propostas governamentais, em que ele confessou ter recebido
mais de quatro milhões de reais, que jamais devolveu e a Justiça não se
preocupou em determinar que fosse recolhido aos cofres públicos, sem dúvida
abalou o prestígio de Lula, não o suficiente para impedir sua reeleição.
A política de inserção social de seu governo vencera os
interesses pessoais e desonestos da retrocracia.
A ira dos retrocratas aumentou.
(¹) Grupo de
pessoas que se julga descendente da aristocracia, com bastante influência na
política, no setor financeiro e de comunicação. - Não poupam recursos e, todos os métodos são
válidos para que seus privilégios sejam mantidos intocáveis. - Combatem sem tréguas
a criação de políticas sociais que beneficiam os menos favorecidas. (combatem o Bolsa Família, definindo-a como Bolsa Miséria), mas não abrem mão dos empréstimos subsidiados do BNDES. - São mestres em privatizar o lucro e socializar os prejuízos. -Suas principais armas são:
calúnia, difamação, intriga, mentira, etc.
(²) Membros da retrocracia. Nem todos os que defendem as ideias e os métodos utilizados pela retrocracia
são retrocratas. Muitos deles se deixam influenciar pelos órgãos
de comunicação, principalmente pela televisão e por revistas semanais de
propriedade dos mesmos grupos. A maioria foi beneficiada pelas políticas
de inserção social.
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