terça-feira, 19 de novembro de 2019

O ROMANTISMO DO VELÓRIO


Com tantos assuntos para tratar, lá vem ele escrever sobre velório uma das coisas mais triste que existe. É falta de assunto. Engano. Em primeiro lugar, existe. Em seguida para lembrar que os velórios praticamente foram extintos do mundo moderno. Instrumentos que foram criados para aproximar as pessoas (internet, redes sociais, celular WhatsApp etc.) estão fazendo o papel inverso, ou seja afasta-las em de aproxima-las. Outro dia mesmo estava no shopping tomando um sorvete quando Lucia me chamou a atenção para a senhora, ainda jovem que estava sentada atrás de mim agarrada ao celular e sua filhinha de no máximo 3 anos  implorava sua atenção. Dirigi-me a ela e disse: diga a sua mãe que quando ela envelhecer será você que vai lhe dar assistência e não gostará que você aja assim.
Hoje as pessoas parecem ter medo do relacionamento pessoal ao vivo, aconchegante e fogem dele como o diabo da cruz. Tem sido assim em tudo e o velório não fugiu à regra e hoje não passa de uma obrigação familiar e um compromisso social onde todos os presentes demonstrando que estão loucos para se livrar do falecido como.
Quem possui boa memória se lembrará como eram os velórios de antigamente até porque as pessoas na maioria faleciam em casa dando condições para que os familiares logo após o último suspiro e derramadas as primeiras lágrimas se reunissem para o ritual do enterro. Quase sempre sentados ao redor da mesa de jantar começavam a relembrar da vida do “de cujus”, suas lutas pela vida, suas vitórias, dificuldades, aventuras e estripulias. Enquanto isso ainda deitado na cama do quarto que morreu o dito cujo esperava tranquilamente e sem pressa a chegada do funcionário da funerária para vestir a roupa do sepultamento colocá-lo no caixão e leva-lo para a sala de visitas, onde em rodízio os parentes e amigos mais próximo iam reverencia-lo.
Não faltavam um “pra morrer basta estar vivo”, “ontem mesmo tomei uma cerveja com ele”, "Deus só leva os bons e com tanta gente ruim para Ele levar, etc. Também era muito comum ouvir da viúva muito chorosa bem alto: não posso viver, me leve consigo e na hora do sepultamento[, discretamente sair da primeira fila se colocar um pouco atrás para não correr o risco de escorregar e cair na sepultura.
Vocês alguma tiveram a oportunidade de ir a um enterro   de gente bem humilde e em especial na roça? É(era) um barato. Além das frases de praxe não faltava uma cachacinha, tira gosto, bolo café e um sanfoneiro. Colocavam o defunto no quarto, o caixão em pé num canto da casa e a sala se transformava no ponto de atração com todos comendo, bebendo, falando alto contando “causos,” o sanfoneiro cantando e puxando o fole e o pessoal dançando. Em alguns a “viúva fresca” guardava as lágrimas para hora do sepultamento e entrava no pagode. Enquanto havia comida, bebida e música e havia o tempo todo, o coro comia solto. E o defunto descansando no quarto não reclamava nada.
Tudo isso era puro romantismo que o modernismo transformou em recordação e saudosismo.
O ROMANTISMO DO VELÓRIO MORREU.

  


 [LF1]


sábado, 9 de novembro de 2019

O KARMANN GHIA VERMELHO


    O ano foi 1967. Lembro-me porque nesse ano dois fatos sem qualquer conexão um com outro ocorreram no Brasil, coincidentemente no mês de julho: um o lançamento de uma nova moeda, o cruzado novo e o outro o lançamento do Tigre da Esso.

    Nesse mesmo ano e mês, eu e mais dois primos, Omerville, já falecido e Fernando seu irmão, 15 anos), vivemos uma aventura inesquecível.

    Convidei-o para a quatro mãos relatarmos a nossa aventura. Procuraremos no arquivo da memória relembrar o episódio que tanto nos marcou com uma única finalidade: rememorar. E, se os netinhos resolverem ler um dia que aqueles avozinhos carinhosos, conselheiros e dedicados também aprontaram. Vamos aos fatos:

JULHO 1967 – Era um sexta-feira, hora do almoço quando ambos vindos do Recife chegaram. Almoçamos e ele me pediu para levar o carro para lavar. Na saída, no portão da garagem me perguntou se eu poderia ir com ele ao Rio para terminar uma confusão que tivera no Recife com um cara por caso de uma mulher. Disse-lhe que estava para receber uma boa comissão de corretagem de um seguro que fizera e se ela saísse toparia a empreitada. Valor da comissão: 200,00 cruzados novos; Pagaram-me e confirmamos a viagem.

DOMINGO – Omerville demonstrou que não queria que Nando fosse por ser menor e isso certamente iria atrapalhar seus planos. Após reclamar bastante, conseguiu que ele mudasse de opinião e participou da embaixada. Não atrapalhou nada, mas não desfrutou do bem bom devido sua menor idade.

Nando e eu dormimos cedo enquanto Omerville saiu para pegar uma “segunda sessão” com uma garota que era noiva.

MADRUGADA DE SEGUNDA – Logo após sua chegada por volta das duas madrugadas exausto pelo esforço do namoro e com “umas duas” na cabeça. Acordamos mamãe que preparou nosso café e partimos. Eu dirigindo, Omerville no banco da frente cochilando e Nando atrás dormindo no espaço que transformamos em “suíte” após baixar o encosto do banco. Na saída combinamos que as despesas da viagem de ida seriam todas por conta de Omerville para sabermos quanto gastamos na viagem.

1.600KM DE IRRESPONSABILIDADE TOTAL – Antes de chegarmos em Feira de Santana o cabo do velocímetro quebrou e ficamos sem saber qual a velocidade.

Com ultrapassagens permitidas, pelo acostamento, proibidas, aproveitando o espaço mínimo entre um caminhão e outro, colocando o para-choque do carro embaixo da carroceria dos caminhões fomos tocando em frente. Em certo momento passamos por aperto daqueles. Resolvemos ultrapassar uma longa fila de caminhões de uma vez só em subida. De repente, em sentido contrário destampa um caminhão e o motorista sacanamente nos convida para continuar,  que nos faria picadinho de carne moída; o caminhoneiro ao lado pressentindo a tragédia diminuiu a velocidade abrindo uma brecha que entramos no limite, ufa!!! Ao passarmos ouvimos um sonoro malucos irresponsáveis. Ao que nos convidara com um aceno retribuímos com uma “banana” bem grande. Encerrando o episódio ao agradecer o nosso anjo de guarda, vimos ele na cabine sorrindo e fazendo aquele tradicional gesto nos classificando de doidos. E éramos.

Chegamos por volta das seis da manhã em Jequié, tomamos um belo café, abastecemos o carro e seguimos em frente no nosso desvario.

Vencendo quilômetros, devorando a BR-116, passando por cidades desconhecidas e importantes (Vitoria da Conquista, Teófilo Otoni e Governador Valadares) parando exclusivamente para abastecer e almoçar seguimos em frente até Leopoldina chegando às 20h e 30 min. Foram 1469 km em 18h. com velocidade média de 82 km. Estávamos a 239 km do Rio de Janeiro e não seguimos em frente pois não tínhamos lugar para nos hospedar. Paramos no posto de gasolina procuramos um cantinho e fomos dormir. Omerville e eu na “suíte” e Nando no “quarto” da frente do Karmann Ghia vermelho Na manhã seguinte, um café reforçado, abastecimento e o destino final.

TERÇA-FEIRA – Por volta das 9 da manhã alcançamos nosso objetivo: Rio de Janeiro e aí inicia a segunda parte da nossa aventura. As “emoções” foram diferentes, mas foram cheias de fatos que se tornaram inesquecíveis. A primeira delas foi quando nos dirigimos à casa de uns parentes de Nando e Omerville que com familiares, pouco tempo antes passaram quase um mês em sua casa e nos negou hospedagem.

Como aventureiro não se abate, seguimos em frente e fomos para o a apartamento de Hildinha, casada há pouco tempo e tia deles. Que moravam em Copacabana, Rua Francisco de Sá num daqueles minúsculos quarto e sala onde 3 pessoas já provocavam engarrafamento. Seriam cinco. Combinamos que Nando dormiria lá e nós ficaríamos hospedados em um hotel. Com que dinheiro não sabemos. Tomamos um bom banho almoçamos e saímos. Antes de sair fizemos o balanço financeiro da viagem verificando que foram gastos sessenta cruzados novos. Separei essa quantia entreguei a Hildinha, suplicando-lhe que guardasse bem guardado e só nos entregasse na hora do retorno, nem que os três reunidos chorassem “pitangas”aos  seus pés. O saldo dividi irmãmente com Omerville. Passamos num posto lavamos o carro e trocamos o óleo e em seguida fomos ao Corcovado agradecer ao Cristo e apreciar a belíssima vista da Cidade Maravilhosa.

Retornando para Copacabana, em Botafogo próximo ao Túnel Rebouças, trânsito engarrafado, demos a nossa contribuição para piorar errando o caminho e atrapalhando os outros veículos.  O guarda de trânsito vendo a situação veio até nós e notou que a placa do carro era uma daquelas placas pretas com o nome de Assembleia Legislativa de Pernambuco. Dirigiu-se até nós, identificou-se como pernambucano, disse que tinha um parente trabalhando lá. Respondemos que éramos sobrinhos de um deputado tal e ele interrompeu todo o trânsito e nos colocou no caminho certo. Obrigado guarda, obrigado deputado tal.

Chegamos em casa, jantamos e depois de uma conversa saímos (Omreville e eu) para o hotel dormir. Na realidade o hotel se chamava Canecão, a coqueluche da época com muitas mulheres desacompanhadas, na esperança de encontrar alguma que precisasse de aquecimento naquela noite fria de julho. Vazio. Sentamos em uma mesa, pedimos uma cerveja e uns salgadinhos e passamos mais de duas horas sem pedir mais nada. Mas era preciso dormir. Onde? Voltamos para Copacabana, Rua Francisco de Sá, estacionamos o carro na porta do prédio que Hildinha e Carlinhos moravam e transformamos o carro em hotel. Dormimos o sono dos inocentes, mesmo com frio.

QUARTA-FEIRA – Acordamos cedo demos uma volta pela Avenida Atlântica, compramos pão e fomos para o apartamento e a primeira pergunta foi: onde estão hospedados? Resposta Karmann Ghia Palace Hotel. Batizamos o hotel e Hildinha engoliu a pílula.

Um café gostoso pão fresquinho, ovos, um bolinho de aimpim. Um papo agradável e a seguir rua: os três.

Omerville ligou para uma garota que ele namorou em Recife e conhecia a família com boa posição social, morando no Rio. Marcaram encontro e lá fomos nós. Eram duas irmãs que durante esses dias foram nossas companhias nos passeios, barzinhos, bons clubes sociais e como dissemos que tínhamos pouco dinheiro, praticamente assumiram as despesas; bebemos uísque, almoçamos em bons restaurantes e conhecemos um pouco da elite carioca. Após os barzinhos à noite elas iam para casa em seu carro e nós para o nosso “hotel”.

QUINTA E SEXTA-FEIRA – As programações foram praticamente iguais durante o dia. Na noite de sexta-feira a mudança ocorreu após o barzinho quando nos despedimos delas que foram para suas residências e nós em busca de uma cama amiga por caridade.

O frio afastara as pessoas das ruas inclusive as que necessitam dela com todos os seus perigos, para garantir o sustento familiar.

Depois de uma volta por Copacabana, especialmente pela Av. Atlântica, onde não se arranjava nem briga, rumamos para o hoje famoso bairro da Lapa mas àquela época, “zona” mesmo. Paramos em um posto de gasolina contamos para um bombeiro nosso objetivo e pedimos auxilio. Respondeu que não conhecia nada porque não morava por ali e chamou o gerente. Repetimos nosso objetivo, ele disse que estava difícil devido ao frio e lamentava não poder nos ajudar porque no dia seguinte (sábado) seria o lançamento da campanha do Tigre da Esso e que morava longe, em Olaria. Mesmo assim  daria uma ajudinha. Abriu a porta do carro, identificou-se como Orlandinho Piroca e mandou que seguíssemos. Nada. Voltando ao posto ele saltou do carro, entrou no dele e disse: sigam-me. Seguimos.

Paramos em uma boate cujo comitê de recepção eram vários policias bem fortes e diversas caminhonetes Chevrolet Veraneio de boca aberta esperando a clientela.

Entramos, ele logo arranjou uma mesa e em menos de 10 minutos eramos primos de Recife visitando o Rio. Também fomos amigos de infância, sobrinhos e colegas de escola. Quando passava uma mulher das muitas que ele conhecia, chamava para ficar com seus primos e se diziam estar acompanhadas mandava embora dando-lhe um tapa na bunda.

A certa altura esquecemos mulher, cama, bebemos muita cerveja com nosso “primo” Orlandinho que somente nos liberou quando o cansaço bateu, quase na hora do Tigre da Esso acordar. A única discórdia foi na hora de pagar a conta que ele não aceitou dividir porque éramos seus convidados. Foi uma noite maravilhosa. A melhor de todas.

SÁBADO - Voltamos para casa cumprindo o ritual de sempre, já encontrando Hildinha se preparando pois iria com Carlinhos passar o fim de semana na casa da sogra.

Tomamos um café maravilhoso, Hildinha devolveu o dinheiro guardado, tomamos um bom banho (fizemos isso todos os dias) e fomos dormir na cama do casal. Era a primeira vez depois do domingo, que acontecia tal fato.

Dormimos o dia todo, nem almoçamos e à noite depois do café voltamos para a cama e só acordamos na madrugada de domingo para a viagem de volta.

MADRUGADA DE DOMINGO – Acordamos e logo após o café iniciamos a viagem de volta. Tranquila, mais comedida e sem grandes episódios dignos de nota. Talvez tivéssemos recuperado o juízo, começado a refletir sobre as loucuras, as recordações dos mais variados momentos ou, talvez, a consciência que tínhamos familiares que esperavam por nós e a notícia de uma tragédia causaria uma dor intensa para os familiares.

CARO E BARATO – Encerro com uma historinha do que é realmente ser caro ou barato, por mais definições técnico-cientificas dos economistas. Ela está no bolso.

Ao passarmos por Jequié paramos para ver uma série de couros de boi que vendiam à beira da estrada. Lindos e encantei-me por um e indaguei o preço, O vendedor me respondeu que custava 10 cruzados novos. Tinha o valor, porém só podia dispor de cinco senão não teríamos como chegar a Salvador por falta de combustível. Fui pechinchando, pechinchando, ele foi baixando o preço até 6 cruzados novos e nada mais. Não comprei por 1 cruzado novo. Concluí então que não é o preço da mercadoria no inicio ou ao final da negociação e sim o que tem condições da pagar. O meu caro foi o 1 cruzado novo que me faltou.

Foi a nossa grande aventura e mesmo voltando ao Rio de Janeiro (cidade que adoro) inúmeras vezes em condições completamente diferente, hospedando-me em bons hotéis com reembolso de despesas além de diárias, nenhuma foi igual a esta.

FERNANDO E VIRGILIO





domingo, 27 de outubro de 2019

AS PRAGAS DE BOLSONARO


     Mais uma vez a história se repete. O mesmo mal que há alguns milênios atrás levou o Egito a uma fase de extrema dificuldades, repete-se hoje no Brasil desde primeiro de janeiro de 2019, data da posse de Jair Bolsonaro na presidência da República.
    A sorte do Egito é que ele teve a oportunidade de se preparar para enfrentar o tempo das vacas magras pois nos sete anos de vacas gordas economizou o suficiente, abarrotou os silos de alimentos e minimizou os efeitos da escassez. Já o nosso caso as origens são várias e a opção ficar caçando culpados em vez de enfrentá-las.
    A primeira praga foi a tragédia logo no inicio do seu governo, quando do rompimento de uma barragem em Brumadinho, Mg de propriedade da Vale. Com participação tímida do governo federal, razoável do governo mineiro, efetiva dos moradores da região, exemplo de espírito de solidariedade dos mineiros e outros governos estaduais que enviaram militares, bombeiros e cães farejadores na localização das vítimas.
    Em seguida, as queimadas da região amazônica. Mas uma vez Bolsonaro saiu atirando, semelhantemente aos bandidos dos filmes de “cowboy” que invadiam as cidades atirando a torto e a direito, acusando as ONGS, brigando com o presidente francês abrindo mão das doações norueguesas e alemães,  em vez de determinar o combate às queimadas, muitas delas criminosas pelas mãos dos de sempre: mineradores ilegais desmatadores e fazendeiros interessados em abrir pastagens desnecessárias pois, segundo estudos a sua ocupação é de um animal por hectare  para cada boi.
    A do momento é o banho de óleo que vem devastando todo o nordeste, liquidando suas praias, matando sua grande fonte de renda por serem por suas belezas, temperatura convidativa de suas aguas, pela maneira como são recebidas, pelo sabor de suas iguarias, cujas fontes já fortemente contaminadas (os manguezais, os corais) matam mariscos, contaminam os peixes e acabam com a fonte de renda de milhares de pessoas pobres: pescadores e marisqueiros.
    Enquanto isso o governo atira sem pontaria responsabiliza a Venezuela pelo vazamento (até pode ser),  o ministro do Meio Ambiente que praticamente desmontou seu ministério por “economia” vem de maneira pusilânime, mentirosa, em comentário debochado, escrito, acusar de responsável o Greenpeace, que chamou de GREENPIXE. É o exemplo típico de um palhaço sem a mínima vocação para tal, se achar o palhaço mais engraçado do mundo. Respeite os palhaços que eles merecem pois respeitam seu palco e fazem sorrir seu público, muitas vezes chorando copiosamente por dentro. Já você não respeita, não se respeita, tanto que é condenado por improbidade administrativa pela justiça de São Paulo, procure uma escola de boas maneiras, o ministro do Turismo em sobrevoo pela região e após molhar seu dedão do pé, especializado em plantar laranjas declarou que tudo estava uma beleza.
    Desde o principio de setembro que essa praga vem corroendo o Nordeste, já chegou ao sul da Bahia e começa a ameaçar o Espírito Santo. Enquanto o governo Federal nada faz os nordestinos que são acima de tudo uns fortes, como bem definiu Euclides da Cunha colocaram a bunda pra cima, meteram as mão no petróleo, descalços, sem proteção, para defender seu pedaço de terra. Alguns já começaram a sofrer as consequências do contato com os ingredientes tóxicos cujo grande responsável, não pela causa e sim pela omissão é o governo do ex-capitão.
    As pragas do Egito foram sete. Pelo andar da carruagem se dez meses de governo já estamos a nossa terceira praga e faltando ainda trinta e oito meses para conclusão do seu mandato preparemo-nos para mais 12 pragas no mínimo.
    Acode-nos Santa Dulce dos Pobres.