domingo, 27 de outubro de 2019

AS PRAGAS DE BOLSONARO


     Mais uma vez a história se repete. O mesmo mal que há alguns milênios atrás levou o Egito a uma fase de extrema dificuldades, repete-se hoje no Brasil desde primeiro de janeiro de 2019, data da posse de Jair Bolsonaro na presidência da República.
    A sorte do Egito é que ele teve a oportunidade de se preparar para enfrentar o tempo das vacas magras pois nos sete anos de vacas gordas economizou o suficiente, abarrotou os silos de alimentos e minimizou os efeitos da escassez. Já o nosso caso as origens são várias e a opção ficar caçando culpados em vez de enfrentá-las.
    A primeira praga foi a tragédia logo no inicio do seu governo, quando do rompimento de uma barragem em Brumadinho, Mg de propriedade da Vale. Com participação tímida do governo federal, razoável do governo mineiro, efetiva dos moradores da região, exemplo de espírito de solidariedade dos mineiros e outros governos estaduais que enviaram militares, bombeiros e cães farejadores na localização das vítimas.
    Em seguida, as queimadas da região amazônica. Mas uma vez Bolsonaro saiu atirando, semelhantemente aos bandidos dos filmes de “cowboy” que invadiam as cidades atirando a torto e a direito, acusando as ONGS, brigando com o presidente francês abrindo mão das doações norueguesas e alemães,  em vez de determinar o combate às queimadas, muitas delas criminosas pelas mãos dos de sempre: mineradores ilegais desmatadores e fazendeiros interessados em abrir pastagens desnecessárias pois, segundo estudos a sua ocupação é de um animal por hectare  para cada boi.
    A do momento é o banho de óleo que vem devastando todo o nordeste, liquidando suas praias, matando sua grande fonte de renda por serem por suas belezas, temperatura convidativa de suas aguas, pela maneira como são recebidas, pelo sabor de suas iguarias, cujas fontes já fortemente contaminadas (os manguezais, os corais) matam mariscos, contaminam os peixes e acabam com a fonte de renda de milhares de pessoas pobres: pescadores e marisqueiros.
    Enquanto isso o governo atira sem pontaria responsabiliza a Venezuela pelo vazamento (até pode ser),  o ministro do Meio Ambiente que praticamente desmontou seu ministério por “economia” vem de maneira pusilânime, mentirosa, em comentário debochado, escrito, acusar de responsável o Greenpeace, que chamou de GREENPIXE. É o exemplo típico de um palhaço sem a mínima vocação para tal, se achar o palhaço mais engraçado do mundo. Respeite os palhaços que eles merecem pois respeitam seu palco e fazem sorrir seu público, muitas vezes chorando copiosamente por dentro. Já você não respeita, não se respeita, tanto que é condenado por improbidade administrativa pela justiça de São Paulo, procure uma escola de boas maneiras, o ministro do Turismo em sobrevoo pela região e após molhar seu dedão do pé, especializado em plantar laranjas declarou que tudo estava uma beleza.
    Desde o principio de setembro que essa praga vem corroendo o Nordeste, já chegou ao sul da Bahia e começa a ameaçar o Espírito Santo. Enquanto o governo Federal nada faz os nordestinos que são acima de tudo uns fortes, como bem definiu Euclides da Cunha colocaram a bunda pra cima, meteram as mão no petróleo, descalços, sem proteção, para defender seu pedaço de terra. Alguns já começaram a sofrer as consequências do contato com os ingredientes tóxicos cujo grande responsável, não pela causa e sim pela omissão é o governo do ex-capitão.
    As pragas do Egito foram sete. Pelo andar da carruagem se dez meses de governo já estamos a nossa terceira praga e faltando ainda trinta e oito meses para conclusão do seu mandato preparemo-nos para mais 12 pragas no mínimo.
    Acode-nos Santa Dulce dos Pobres.


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