sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

O CANGACEIRO RIU POR ÚLTIMO



    Foi uma semana para ser apagada do calendário. Como isso não é possível, o que nos resta, brasileiros comuns é compartilhar a vergonha coletiva e rezar.
    Conseguimos certamente um recorde que em nada nos envaidece e sim nos envergonha e humilha, que as páginas da História registrarão e jamais serão apagadas ou deletadas conforme a linguagem “internética”.
    Refiro-me à tentativa de afastamento do presidente Renan Carneiro, o Cangaceiro e o seu “desafastamento”  determinado pelo STF depois de ser peitado pelo Cangaceiro se negando a receber a intimação judicial e, em seguida depois o seu “desafastamento” pelo pleno do Supremo, declarar cinicamente que decisão do STF não se discute, cumpre-se. Não tiro a razão de Renan. Ele com essa declaração cínica colocou o STF no seu devido lugar: um bando de acovardados togados, como já dissera Lula e por isso alvo de inúmeras críticas.
    Foi vergonhoso, deprimente para nós brasileiros comuns ver a mais alta corte se avacalhar diante da “peitada” de Renan, o Cangaceiro. Nós que temos um poder executivo mambembe e recheado de denunciados por corrupção e outros crimes,  um legislativo que somente se preocupa em defender seus interesses escusos, testemunhar que o Poder Judiciário só funciona para os tres Ps: preto, puta e pobre.
    A presidente Carmen Lúcia perdeu a grande oportunidade de demonstrar grandeza e continuar a ser alguém confiável a partir do momento em que substituiu a toga pelas conveniências políticas. E do ministro Celso de Mello, o Decano, quem quiser saber mais sobre ele, sugiro ler o livro de memórias de Saulo Ramos.
    Renan, o cangaceiro cínico riu por último. Pobre Brasil.



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