ELA VENCEU
A política, não a com P
maiúsculo e sim a má política, a especialista em ações marginais, defensora
ferrenha dos interesses pessoais, subalternos e nefastos aos interesses maiores
da coletividade venceu e colocou de cócoras o STF ao reverter por 6x5 uma
decisão que há um ano fora decidida inversamente por unanimidade, e nos causando náuseas a ginática verbal de alguns ministros tentando justificar a mudança de opinião, em especial de sua presidente Carmen Lúcia.
Falava-se e, logicamente
víamos com reservas a judicialização da política, uma vertente perigosa de uma
ditadura de toga, sofremos a decepção de testemunhar como nosso sistema
judiciário se entrega tão facilmente aos interesses dos graúdos, dos poderosos,
de maneira tão ágil e rápida e no verso da moeda, lentamente e as vezes
amnésica quando os envolvidos são os deserdados da sorte.
Da mesma maneira que um
regime ditatorial por mais brando que seja (existe?) é uma das piores formas de
governo, a acomodação do judiciário, especialmente a Suprema Corte, nos nos transmite uma sensação de orfandade. É isso que estamos vivendo nesses últimos tempos.
Confiar em quem? Os políticos
já foram riscados há tempo da nossa relação, o judiciário, instituição em que,
apesar dos pesares ainda tínhamos uma tênue esperança, vimos desolados suas
últimas decisões, todas em favor dos ricos e poderosos.
Transformou a luxuosa
prisão domiciliar de Eike Batista em reclusão noturna, mesmo procedimento com a
máfia dos proprietários de ônibus do Rio de Janeiro e, coroando, sua rendição
ao arrulho do Senado. Como um docinho para enganar a patuleia manteve a
condenação de Maluf, assunto tão corriqueiro como a sua liberdade, por haver
sempre mais um recurso nos seus intermináveis recursos mantendo-o livre para
opinar e legislar.
E nós,
panacas diplomados que achamos absurda a decisão de Gilmar Mendes no episódio
Batista e dos proprietários dos ônibus, fomos agraciados com o mestrado por decisão do STF.
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