A Copa do Mundo como já era esperado começou a produzir os escândalos previstos por todos. E começou justamente por onde não deveria começar. Através de uma Medida Provisória o Executivo com o fajuto argumento de evitar superfaturamento ou combinação de preços entre as empreiteiras, encaminhou para o Congresso e a Câmara aprovou que os gastos com as obras sejam sigilosos. Falta agora a aprovação pelo Senado o que certamente ocorrerá. Não são diferentes.
Isto faz-me lembrar quando no governo de Costa e Silva estavam construindo a ponte Rio-Niteroi e de repente o governo parou a obra, suspendeu todas as licitações, criou uma comissão e determinou que daquela data em diante seriam escolhidas as empresas ao seu critério, os preços seriam previamente acertados, evitando a corrupção. Conversando com um amigo, diretor de uma das maiores empresas de sondagem da época e que trabalhava na construção da ponte perguntei-lhe: e aí, acabou a comidilha? Respondeu-me: nada Virgílio, estava tudo certinho, bonitinho, correndo como teria que ser. Agora é que nós vamos ganhar dinheiro porque vamos colocar o preço que quisermos e faremos o trabalho. Dito e feito. Alguém sabe até hoje quando custou a ponte?
A história se repete, e se repete sempre, não importa quem sejam os governantes. Parece estar no DNA dos governantes e de praticamente todos aqueles que possuem negócios com o governo o gene do superfaturamento. A impressão que temos e esta impressão fica a cada episódio mais real que em todos as obras do governo, não importa o tamanho o grande lance é desviar dinheiro público. O meu, o seu, o nosso. Em eventos, de porte grandioso, sob a máscara de divulgar a nossa imagem e no intuito de mostrar nossa capacidade de realização esconde-se unicamente o desejo de lucrar, lucrar, lucrar, de preferência desonestamente.
O PAN é um exemplo recente. Com a Copa do Mundo não vai ser diferente, o primeiro exemplo já está aí. Com as Olimpiadas certamente a história se repetirá. Uma pena.
É uma vergonha....e ainda pior é ver esta expressão "é uma vergonha"não ter mais força de tão repetitiva que se tornou, pela avalanche de mutreta, corrupção, roubo, que continua na agenda de nosso governo/políticos/empresários como prioridade.
ResponderExcluirSe você, que tem as convicções políticas que tem, pensa desta maneira, carrega na tinta toda esta justa indignação, sou obrigado a pensar que a vaca realmente está indo para o brejo. Para o bonde que eu quero descer ...
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