Há 50 anos, nesta data os brasileiros foram surpreendidos com a renúncia do seu presidente, o histriônico Janio Quadros. Demagogo competentíssimo em carreira meteórica, conseguiu em 12 anos ocupar o mais importante cargo do país, depois de ter sido vereador, prefeito de São Paulo, governador e deputado pelo Paraná. Dos cargos acima apenas completou o de governador e, como deputado federal pelo Paraná, não compareceu a uma sessão da Câmara, clara demonstração do desprezo pelo Legislativo.
Durante os sete meses no cargo a sua atitude mais importante foi romper com o alinhamento automático com Estados Unidos, iniciando uma nova era no Itamaraty. Fora isso foi proibir uso de biquíni, briga de galo, lança perfume e tomar bons porres.
A título de varrer a corrupção do país, inclusive o seu símbolo de campanha era uma vassoura, esse demagogo corrupto, sim, corrupto, pois advogado sem cliente, vivendo do salário de professor, depois que renunciou à presidência somente voltou a trabalhar como prefeito de São Paulo (novamente), passava longas temporadas na Europa e na sua mansão em Guarujá dedicando-se ao seu passatempo preferido: beber. O seu pior legado foi a instabilidade política em decorrência do seu ato irresponsável que em 1964 após o golpe dos militares mergulhou o Brasil por 21 anos em sua noite de trevas.
Diferentemente de JQ, hoje completa 100 anos num leito de hospital de Hanoi um dos maiores generais da História: Von Nguyen Giap. Comandando as tropas vietnamitas entre 1945 e 1954 acabou por expulsar os franceses derrotando-os na célebre batalha de Dien Ben Phu. O seu prestígio levou-o a mais uma vez comandar seu exercito na década de 60 que conseguiu impor aos americanos com todo seu potencial bélico amargar uma das derrotas mais vergonhosas. Humilhados saíram às pressas. O registro mais simbólico é de helicópteros americanos decolando do terraço da embaixada em Saigon com pessoas penduradas em suas cordas.
Como se vê, duas histórias completamente distintas. Uma de glória, outra de palhaçada.
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