quinta-feira, 18 de agosto de 2011

OPERAÇÃO ALQUIMIA

A Polícia Federal desmantelou mais uma quadrilha que ao longo de quase dez anos vinha assaltando o erário. Numa rotina impressionante os bandidos de colarinho branco continuam a assaltar os cofres públicos com um cinismo de fazer corar um frade, como se dizia antigamente.
     Fico a me perguntar se tal comportamento faz parte do caráter genético do brasileiro ou se outros fatores fazem com que esse comportamento passe a impressão de desvio genético moral. Mas friamente concluo que os criminosos brasileiros não diferem em nada dos criminosos de outros países, principalmente no segmento colarinho branco. A diferença é que aqui, pela morosidade judicial eles conseguem na maioria das vezes escapar das garras da lei e com isso continuam a exercer suas atividades criminosas e servindo de exemplo para os que pretendem seguir seu exemplo.
     Ladrões que sonegam impostos, criam empresas em nome de “laranjas,” fraudam concorrências públicas, aproveitam-se dos cargos no alto escalão para meter a mão no bolso do brasileiro não diferem em nada do assaltante que rouba um cidadão, tomando sua carteira ou bolsa, roubando-lhe o veículo ou praticando a saidinha bancária.  Se analisar bem são infinitamente piores, pois tiveram oportunidades na vida, muitos deles com formação universitária e aproveitam sua inteligência e conhecimentos em atividades criminosas. Infelizmente o que vemos é o tratamento diferenciado na polícia e na justiça. Na polícia a exposição, os maus tratos e celas superlotadas e infectas para os “pés de chinelo”, para os grandes bandidões a preocupação de não utilizarem algemas, provavelmente para não machucar os pulsos acostumados ao Rolex de ouro, prisão especial, advogados contratados a peso de ouro a custa do dinheiro roubado de todos nós, que conseguem através de recursos e mais recursos, além do prestígio, livra-los da companhia dos seus colegas pés de chinelo.
     Já passou da hora de processos envolvendo os grandes criminosos mofarem nos escaninhos do judiciário. É preciso agilizar seu andamento sem prejuízo dos acusados para que a sociedade brasileira possa acreditar verdadeiramente na Justiça.


2 comentários:

  1. Assim como vemos filhos de traficantes assumirem o lugar dos pais no "comércio", filhos de políticos corruptos tbém têm o aprendeizado em casa, porque as novas gerações seguem praticando as mesmas falcatruas, que lembro ter ouvido várias vezes meu pai comentar sobre os políticos de seu tempo. A expressão "a política é como a cachaça, um vício"todos já ouviram e desse vício eles não querem se livrar.

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  2. Falou tudo. E os ladrões que desviam dinheiro de saúde, educação e afins são ainda piores, porque não lesam só uma vítima: lesam uma nação inteira.

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