O falecido
presidente Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco certa vez chamou de
vivandeiras de quartel alguns políticos brasileiros que possuíam o péssimo
hábito de frequentar os quarteis em busca de apoio para suas ideias golpistas.
Normalmente eram aqueles que nas urnas não conseguiram votos suficientes para
conquistar seus mandatos e inconformados, quase que diariamente iam aos
quarteis insuflar os seus comandantes contra os corruptos e, principalmente
contra os comunistas que queriam transformar um Brasil em mais um satélite da
União Soviética. De tanto irem, terminaram convencendo os militares que, com a
força e poder que tinham e em nome da honestidade, de Deus, Pátria e Família e
principalmente para garantir a Democracia, deram o golpe de 31 de março de 1964.
Derrubaram um governo legalmente constituído e
assumiram. Ou seja, dois golpes ao mesmo tempo. Um contra as
instituições e outro contra os políticos que tanto imploraram na expectativa de
perpetrada a imoralidade, ganhariam o brinde. Ledo e Ivo engano. Os militares
aprenderam a lição, gostaram e durante 21 anos mandaram e desmandaram, fizeram
algumas coisas, mas não podemos esquecer que torturaram, mataram, fizeram sumir
pessoas, muitas delas sem nada a ver com a história.
O desgaste natural pelo tempo e o abuso do poder
minaram o prestígio das Forças Armadas e hoje, por mais que alguns saudosistas
tentem um retorno, não há clima. Além do mais, os Estados Unidos deixaram de
patrocinar golpes na America Latina.
Vinte sete anos passados do enterro do regime
totalitário (março 1985) e sete presidentes (Sarney, Collor, Itamar, Fernando
Henrique, Lula e Dilma) depois a situação mudou bastante para melhor. Temos liberdade de expressão, de ir e vir,
estabilidade política e econômica, mas nem por isso devemos deixar de tomar os
cuidados para que não haja um retrocesso.
Embora as drogas, o crime organizado e a corrupção com seus tentáculos
minem nossas estruturas, à medida que
melhorarmos – e muito, a nossa representação política, exigirmos agilidade sem
açodamento do judiciário, as preocupações mesmo existindo passarão ser um problema menor devido á confiança nos poderes constituídos.
Legislativo e Judiciário, mais que o Executivo até, precisam se conscientizar de suas responsabilidades. Dos legisladores, que deixem os interesse pessoais, as mordomias, o açodamento pelos cargos públicos e sejam ageis na votação de leis que atendam nossas necessidades. Do Judiciário, que além da agilidade no andamento do julgamento dos processos, não se deixem levar pelo orgulho e vaidade transformando nossos tribunais em palco exibição de conhecimentos jurídicos, vaidades exercebadas e, algumas vezes atitudes grosseiras e deselegantes que chocam todos nós. Que nossos supremos magistrados moderem suas
vaidades e entendam que divergências são naturais, necessárias e importantes
desde que para melhorar e até aprimorar o poder sso e jamais para inflar o ego.
A responsabilidade como juízes da Suprema Corte
obriga-os a lembrar-se que são exemplos a serem seguidos.
Se dão bons exemplo, ótimo para todos.
Se os exemplos forem ruins não diferem muito das
“vivandeiras de quartel”.
Além da mensagem, que para os mais moderninhos eu diria #ficaadica, existe um pouco da nossa história muito recente. Parabéns Virgilio.
ResponderExcluirObrigado. Lembrar é sempre bom
ExcluirParabéns Virgílio,voce sempre me surpreendendo com tes textos. Abraços
ResponderExcluirObrigado Helio, fico contente em ter gostado. Abração.
ExcluirSeu Virgílio, muito bom texto. Nos resta torcer pelos bons exemplos, pois de "vivandeiras de quartel" estamos todos cheios.
ResponderExcluirFico contente em saber que gostou. Obrigado
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