Diferentemente
das outras estações, onde uma (primavera) exprime a esperança, a outra a
explosão (verão) e por fim o ocaso (inverno), o outono representa a reflexão.
Entre
duas estações extremas, como algodão entre cristais, é o ponto de equilíbrio, o importante momento da reflexão, do balanço do que fomos e o que seremos. É a reflexão da vida que vai dos arroubos primaveris aos cansaços e
dificuldades naturais daquilo que chamamos velhice.
Velhice não
existe. O que há na realidade é o somatório de tudo aquilo que ao longo das
estações fomos acumulando previdente ou imprevidentemente durante a caminhada
que a estação outonal nos faz meditar e refletir do que fizemos ou deixamos de
fazer, das consequências do que foi feito ou do arrependimento por não ter
feito.
No outono quando
a amenidade da temperatura nos livra do incômodo do calor do verão ele nos prepara
paulatinamente o corpo para o frio do inverno, e sabiamente nos mostra que não
precisamos nos desesperar.
Se ainda não
despertamos para a importância do outono, olhemos com bastante atenção a
natureza que nos rodeia e em especial as árvores que aos poucos vão se
desfazendo das suas vestes para seminuas enfrentar as asperezas de um inverno
que castiga e maltrata. Esses momentos de extremas dificuldades somente serão superados se as sábias lições do
outono convencerem que as dificuldades são o mais importante alimento
para a renovação e o crescimento evolutivo.
Somos árvores. A mais importante das árvores
plantadas por Deus na face da Terra. Da semente que venceu dificuldades para brotar,
aos poucos crescemos e multiplicamos. E, a depender do que semeamos seremos sempre, à beira da
estrada da vida aquela árvore cuja copa frondosa alivia o cansaço do viajor e seus frutos saborosos saciam sua fome. Caso inverso seremos o espinheiro que por sua aridez
afasta aqueles que necessitam de ajuda.
Valorizemos o
outono, entendamos a sua importância, escutemos sua mensagem para que possamos
aceitar de que a saída do palco da vida é inexorável e que precisamos nos
preparar para ver cerrar a cortina sem mágoa, sem ódio, sem desespero e na certeza
de que é apenas mais uma passagem das
muitas que fizemos e de inúmeras outras que teremos a realizar.
Que a colheita de hoje foi a semeadura do passado e que ao mesmo tempo estamos semeando hoje a colheita do futuro.
Adorei,você é dez com as palavras.
ResponderExcluirPaz e LUZ.
Obrigado. Muito gentil você.
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