terça-feira, 28 de outubro de 2014

A ELEIÇÃO É PASSADO.



     Finda as eleições, apurados os votos, proclamados os resultados, a ressaca para ambos é natural. O lado vencedor movido pelo resultado transborda euforia enquanto o não vencedor derrama lágrimas, lamenta-se e uma minoria se excede, fala o que não deve, escreve o que certamente se arrependerá depois.
     Se a campanha divide, a eleição, retratando a pensamento do cidadão nos mostra os caminhos que devemos seguir, com a participação de todos. 
     Se somos civilizados, e somos, entendamos que o outro lado por N motivos teve mais votos e o não vencedor por N motivos teve menos votos. E por isso um ganha e o outro não.
     Observem que insisto em não classificar como vencedores e vencidos. Porque na realidade os grandes e únicos vencedores  foram  as instituições, a democracia. 
     Nunca é demais lembrar que o Brasil jamais viveu um período de eleições presidenciais consecutivas como estamos vivendo. Desde a eleição  de Collor em 1988 sucedendo Sarney, já se vão 16 anos ininterruptamente, e 6 eleições consecutivas para presidente, sem sobressaltos, por mais áspera que tenha sido a campanha.
     Alegar que o país está dividido porque Dilma venceu nas regiões Nordeste e Norte, (as menos desenvolvidas), enquanto Aécio foi bem mais votado nas  regiões mais desenvolvidas (Centro Oeste, Sudeste e Sul), é esquecer que ambos foram votados em todas as regiões, que Dilma venceu em Minas Gerais e Rio de Janeiro (Sudeste) enquanto Aécio saiu vencedor no Acre e Roraima (Norte).
Também vir com o argumento de que o PSDB que votou em Aécio possui 45% do PIB enquanto o PT que vai governar  e praticamente elegeu Dilma  representa somente 16% do PIB, dito por uma pessoa comum sem a responsabilidade de formar opinião é uma coisa. Porém quando é divulgada por uma revista de circulação nacional é incentivar a violência, tentar a cizânia. Só não é pior porque a revista Veja trata-se de um órgão de comunicação que pratica o pior tipo de jornalismo e o autor um daqueles profissionais mais conhecidos pela falta de ética do que competência e caráter.
     Lembremo-nos sempre que os nortistas e nordestinos em muito contribuiram e ainda contribuem para que o sul maravilha continue maravilhoso e que muitos oriundos desse sul maravilha têm encontrado terreno fértil,solidariedade e incentivo para aplicar seus conhecimentos e com isso ajudar a desenvolver a região e ao mesmo tempo  melhorarem seu padrão de vida.
     O Brasil não é do PT, do PSDB, do PMDB, do PSB, do DEM, do PPS, do PP, do PR, do PCdoB, do PTB, do PV nem das demais siglas partidárias que vicejam pelo mundo político. Nem tão pouco é de Lula, Dilma, FHC, Aécio, Alckmin, Serra e os outros milhares de políticos que semelhantes a mariposas estão sempre a rondar perto dos holofotes em busca de um brilho que poucos alcançarão.
     O Brasil é nosso, não importa o sexo, a cor a posição social, financeira a preferência sexual e muito menos a opção partidária que tenhamos.
      A eleição terminou, os votos foram apurados e os resultados proclamados. A partir de 1º de janeiro teremos novos ocupantes dos mais variados cargos, alguns deles reeleitos. É chegado o momento de cada um de nós individual ou coletivamente procurar trabalhar para vencer as dificuldades que são enormes. Lutar com muita vontade, dentro do respeito às leis pelos nossos direitos e aprender a cumpri-las. Sempre.
     Começando pelas pequenas, ou seja. respeitar filas, não jogar lixo nas ruas, não furar o sinal, respeitar o pedestre, não querer resolver no jeitinho, não tentar subornar o guarda, aceitar as preferências e opções dos outros, principalmente política. Com o hábito vamos aprendendo as mais difíceis: respeitar as instituições, melhor escolher seus representantes, não sonegar, não ser corrupto nem corruptor, que os meus direitos cessam quando começam o do próximo. Resumindo: lei existe para ser respeitada.
      O Brasil não é Cuba, nem Venezuela nem Bolívia. Não é nem jamais será. Da mesma maneira que baiano não é pernambucano, paulista não é carioca, mineiro não é cearense, nem alagoano é sergipano.
     De uma coisa tenhamos certeza: somente progrediremos, se formarmos um grande conjunto respeitando a individualidade de cada um. Porque, isolados, não seremos nada mesmo.


Um comentário:

  1. Um discurso de um cara inteligente e centrado, mas caro amigo, hoje se faz impossível qualquer tipo de acordos ou união,a violência empregada contra Marina e Aécio derrubaram pontes difíceis de serem recuperadas. Seria ate hipocrisia do PT buscar qualquer tipo de aliança com traficantes, ladroes, destruidores da pátria, parias da sociedade como o PSDB e o PSB.Agora o PT vai ter que governar com o fantasma da PETROBRAS assombrando suas alcovas, vai ter que pagar caro, muito caro, para os deputados e senadores de partidos nanicos, o PT vai ter governar com apenas 32% dos votos disponíveis no mercado. Destruir pontes e muito mais fácil que criar pinguelas. Dias difíceis para o PT virão por ai! Que bom para o Brasil se todos pensassem como você! Abraco amigo!

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