Para início de conversa jamais em minha vida imaginei
que um dia sairia em defesa de Antonio Carlos Magalhães (ACM), pessoa pela qual
tive qualquer resquício de simpatia. Nunca votei nele nem nos candidatos que
faziam parte do seu grupo político.
Autoritário, egocêntrico, arrogante, maquiavélico, tirânico, que politicamente não me atraía em nada e cujos métodos por mim
foram e continuam sendo condenáveis. Era dessa maneira que meus olhos e
sentimentos viam ACM.
Mesmo com essa ojeriza toda, sempre o reconheci como um político nato, autêntico, de personalidade
dominadora, além de ser um excelente administrador. Se realmente amava a Bahia, era um amor egocêntrico, até porque não tinha o menor constrangimento em bloquear recursos para o estado se isso beneficiasse um adversário pois somente a ele (segundo seu imaginário) era dado esse direito. Waldyr Pires quando governador e ele ministro de Sarney foi uma de suas vítimas.
Um outro episódio marcante foi quando ele sucedeu Roberto Santos no governo do estado. No dia imediato à posse determinou o fechamento do hospital construido pelo desafeto, alegando falta de condições de funcionamento. Detalhe: o hospital foi uma das últimas obras inauguradas pelo ex-governador totalmente equipado. Outra: a Av. Luiz Viana Filho que ele construiu e colocou esse nome para homenagear o ex-governador, ao romper com ele passou a chama-la de Paralela e incentivar que fosse assim chamada, numa demonstração da sua personalidade mesquinha. Aliás, ACM não tinha nem correligionários nem adversários. E sim serviçais e inimigos. Que não eram poucos em ambos os lados.
Um outro episódio marcante foi quando ele sucedeu Roberto Santos no governo do estado. No dia imediato à posse determinou o fechamento do hospital construido pelo desafeto, alegando falta de condições de funcionamento. Detalhe: o hospital foi uma das últimas obras inauguradas pelo ex-governador totalmente equipado. Outra: a Av. Luiz Viana Filho que ele construiu e colocou esse nome para homenagear o ex-governador, ao romper com ele passou a chama-la de Paralela e incentivar que fosse assim chamada, numa demonstração da sua personalidade mesquinha. Aliás, ACM não tinha nem correligionários nem adversários. E sim serviçais e inimigos. Que não eram poucos em ambos os lados.
Dentre as inúmeras crias sua, uma delas é Geddel
Vieira Lima, candidato a senador pelo PMDB na coligação do candidato a
governador Paulo Souto, também cria sua e filiado ao DEM.
Geddel iniciou sua carreira política pelas mãos de
ACM, onde o pai, Afrísio Vieira Lima também pertencente ao mesmo grupo ocupou
cargos importantes no seu governo. Com a mãozinha do pai e apadrinhamento do ex
manda chuva baiano entrou para a política, ocupou alguns cargos públicos, um deles na Corretora de Valores do
Baneb e posteriormente foi eleito deputado federal.
Ao brigarem politicamente, por motivos que só Deus
sabe, ACM passou a devotar aos Vieira Lima um ódio descomunal, não lhe poupando restrições e os
mais variados “elogios”. Também não sei porque, Geddel passou a ser tratado
como “agatunado”, adjetivo com que ACM se dirigia invariavelmente ao desafeto
até sua morte.
A situação política mudou, ACM faleceu, novas
acomodações políticas surgiram, inclusive reunindo adversários de antigamente
pelo fascínio do poder. Tanto que na campanha para governador temos de um lado
o PT e do outro, ex-ferrenhos adversários: DEM, PSDB e PMDB. Tudo bem. Faz
parte do jogo e interesses políticos. Afinal, são adversários e não inimigos.
Até aí tudo bem, entende-se, aceita-se.
Porém o que está deixando os baianos escandalizados é ver num desses filmetes
de campanha, ACM Neto, prefeito de Salvador, na empolgação de defender a candidatura do seu candidato
a senador, Geddel Vieira Lima que por seu avô era classificado de
“agatunado”, não é ve-lo elogiando o correligionário ocasional e sim ouvi-lo bradar em gritos esganiçados, Geddel ser comparado ao falecido.
Santa paciência. Alianças políticas por mais inverossímeis possíveis tem limites. Por mais boa vontade que tenhamos não dá para comparar duas biografias totalmente distintas.
Antonio Carlos Magalhães o amado e detestado, o Deus e o diabo possuía uma biografia rica e extensa. Enquanto que a de Geddel por mais que o seu neto tente transforma-lo em fac-símile do seu avô, não passa de um tremendo borrão.
É uma total falta de respeito.
Antonio Carlos Magalhães o amado e detestado, o Deus e o diabo possuía uma biografia rica e extensa. Enquanto que a de Geddel por mais que o seu neto tente transforma-lo em fac-símile do seu avô, não passa de um tremendo borrão.
É uma total falta de respeito.
Certamente no túmulo ACM está se revirando de raiva e
soltando todos os “elogios” que conhecia profundamente e aplicava sem qualquer constrangimento.
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