Para mim a canção Mulheres de Martinho da
Vila é uma das mais belas canções do seu excelente repertório. O autor com
muita espontaneidade provavelmente relata sua vida amorosa. Caso não seja, louve-se sua
inspiração.
Aliás a música
brasileira é rica no tema e belíssimas canções foram escritas abordando-os o
indo do endeusamento ao relato de brigas entre os casais, do ciúme, dos elogios
a dor de cotovelo.
Entre os grandes
compositores que nos legaram canções que imortalizaram a dor de cotovelo, o
melhor deles foi Lupicinio Rodrigues, um mestre no assunto que em programa da
Record confessou que assim era chamado por se dedicar ao tema, principalmente
em determinado período ao tema único (quase) das suas composições. Dizia ele
que existem dois tipos de dor de cotovelo: a estadual e a federal. A estadual
se referia às dores de cotovelo passageiras, ou seja, a saudade consequente de
um encontro único nas noites de boemia. Já a federal era aquela que machucava
muito ao final de um relacionamento. Entre essas ele citava “Vingança”.
O mestre Lupicínio
também nos legou “Nervos de Aço” onde ele narrou o sofrimento do fim de um
noivado.
Muitos até hoje tratam
o tema com muita maestria e sensibilidade cuja expressão maior é Roberto
Carlos.
Não podemos nos
esquecer que os mestres no assunto são os argentinos cujas canções continuam
até hoje e são clássicos memoráveis.
Qual o homem ou mulher
que não teve a sua dor de cotovelo, seja ela federal ou estadual? Há sempre em
cada um de nós no cantinho mais escondidinho do nosso coração, uma gavetinha cuja
chave foi jogada aquela dor de cotovelo de um amor perdido.
Quem declara que jamais sofreu desse mal ou
está mentindo ou nunca amou.
LINDO!!!!
ResponderExcluirGrai
ResponderExcluirLEIA-SE GRATO
ResponderExcluirJá tive tanto estadual quanto federal...rs... quem nunca né?
ResponderExcluirAs músicas atuais também tratam destes temas, mas não com tanta passionalidade e nem com a riqueza de vocabulário traduzindo muito bem o sentimento. As sertanejas "universitárias" falam da dor de "corno", colocando a "dor" num nível mais vulgar, rotineiro, comum. Tirou de nós a dor ímpar, a sensação de que "meu mundo caiu", fazendo com que deixemos a dor num nível superficial.
Muito bom, Virgílio!!
Beijos.
Adorei seu comentário.Obrigado.
ResponderExcluirBeião