Quem de nós não teve o
prazer de ver a vovó aproveitando uma grande quantidade de retalhos dos mais
variados tamanhos e cores pacientemente fazendo uma colcha de retalhos?
Encantávamo-nos com sua serenidade, a capacidade de escolher o retalho correto
e a alegria de ver o seu trabalho pronto. Pela expressão ela sentia a
mesma satisfação que um grande artista ao contemplar a sua obra.
Assim somos nós ao
longo da jornada que se inicia com o nosso nascimento até quando somos chamados
pelo Pai. E ela não é fácil pois não é feita de pedaços de pano e sim de
sentimentos, de atitudes, de vários momentos realmente difíceis ou de grandes
satisfações.
Somos ao final da
jornada o retrato da nossa existência tecida diariamente. Somos feitos de alegrias
imensas e tristezas dolorosíssimas.
Somos retalhos de
amores intensos e dor da perda de entes queridos, mesmo que permaneçam vivos.
Somos sorrisos e
lágrimas, alvorecer e entardecer, doce e azedo.
Somos luz e trevas,
risos e lágrimas, abraços e desprezos.
Somos amor e ódio,
risos e lágrimas, do prazer em servir e também negação de ajuda.
E na costura da colcha de retalhos de uma existência onde os
pedaços de pano são substituídos pelas atitudes nós vamos construindo a verdadeira
bagagem que levamos na mala e funciona como o nosso verdadeiro passaporte na viagem mais importante de todas.
Muitos de nós ainda não entendeu ou finge não
ter entendido que o compromisso com uma vida que nos é concedida periódica e
temporária em nosso benefício, é uma oportunidade de aproveitamento desse bem maior que se chama vida. Não uma vida de contínuos prazeres, de abusos de egoísmo,
vaidade e orgulho. A verdadeira vida é compreensão, responsabilidade, dedicação
e muito amor ao próximo.
Um novo ano se inicia,
inúmeras promessas são feitas e poucas cumpridas.
Desejamos uma vida em arco íris
embora não tenhamos aprendido - ainda a conhecer as cores.
Feliz 2017.
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