segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ANITA NÃO É BUNDA



     


      


       Recebi um zap com um artigo de uma professora universitária expondo sua discordância na escolha de Anita como mulher do ano por entender que inúmeras outras possuem melhores qualidades que a funkeira. Segundo ela, seu trabalho em nada acrescentava às mulheres por se tratar de algo de qualidade inferior. Ser homenageada pela exposição da sua bunda em rebolados exóticos com shortinhos minúsculos não justificam a homenagem recebida.
  Defender seus pontos de vista é mais que um direito, obrigação e deve ser respeitado. Porém ve-la exclusivamente por esse prisma demonstra desconhecimento e desprezo total pelo trabalho profissional de uma pessoa vitoriosa é um preconceito inaceitável.
Não resta dúvida que Anita expõe com bastante destaque sua bundinha arrumadinha e proporcional ao seu biótipo é público e notório. Porém desconhecer nela outras qualidades tenham paciência. Anita é bem mais que uma bunda bonita. É uma guerreira, uma lutadora que nascida e criada numa favela violenta conseguiu por esforço próprio e em pouco tempo alcançar uma posição de relevo, quando o mais provável seria estar hoje na marginalizada e frequentando as páginas policiais pelo envolvimento nas drogas como usuária ou traficante.
Visionária e sonhadora viu no funk sua grande oportunidade de se livrar do que poderia estar reservado para ela, encarando praticamente sozinha o desafio e venceu.
Inicialmente não simpatizava muito com ela por não gostar da sua voz, não ser apreciador do seu gênero musical, mesmo gostando do seu rebolado. Comecei a modificar meu posicionamento ouvindo entrevistas suas relatando sua história de vida, as dificuldades que passou na infância e adolescência numa favela pobre e violenta onde o mais provável seria o mesmo destino de tantos outros jovens como ela.
Anita, através da música e da dança buscou seu caminho, fugindo assim do tradicional roteiro e hoje é uma profissional reconhecida internacionalmente.
Sem empresários, regendo sozinha sua carreira, controlando competentemente sua agenda, chegou ao topo em período curto e bastante jovem. Fala inglês, espanhol está aprendendo francês e tem procurado escolher pessoas que demonstrem competência e vontade de trabalhar. Suas bailarinas fogem do padrão ditado pelos que se julgam únicos em decidir quem deve ser escolhido ou não. A essas pessoas ela sempre ressalta que não age por caridade e sim por profissionalismo; Uma maneira de valorizar a autoestima dos escolhidos e mostrar a importância do trabalho profissional levado com seriedade.
Hoje Anita possui fama internacional, dispõe de público na América Latina e conseguiu penetrar no mundo do “show busines” dos Estados Unidos um dos mais fechados e exigentes do mundo.
É um exemplo para inúmeros outros jovens como ela que não desejem ser tragados pelo caminho sem volta das drogas.
Continua Anita, fazendo o que adora fazer: compor, cantar, ser uma profissional correta, competente e balançar sua bundinha linda, que deixa muita mulher com inveja e os homens de boca aberta.



  

      


      


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