A
Globo vem apresentando em seus telejornais um quadro com brasileiros de todos
os lugares que dizem “Qual o Brasil que Quero para o Futuro”. Embora muitas
pessoas estejam criticando a iniciativa, confesso que cheguei a pensar em
enviar a minha opinião por achar o quadro interessante, mesmo sabendo que não
vai resolver nada pelos mais variados motivos.
É um Brasil de sonho o que eles querem, que todos nós sonhamos. Mas...como há sempre um mas no meio do caminho e sonhar não custa nada, sonhamos com o futuro, esquecemos que não respeitamos o
passado e muito menos procuramos realizar um bom presente; preferimos sonhar
com o futuro. Sonhos para se transformar em realidade, exige um custo elevado chamado
sacrifício e que poucos certamente se disporão fazer. Por isso prefiro falar
sobre o Brasil que eu vejo no momento atual. E olha que sou um eterno otimista.
Vejo o Brasil como um país sem rumo, sem
futuro, sem norte sem qualquer perspectiva a longo prazo sair da situação
atual.
Vejo o Brasil sem uma liderança que nos dê
o mínimo de esperança possível.
Vejo o Brasil em que seus quadros
institucionais parecem disputar uma competição para ver que mais desserviço
possa prestar ao país.
Vejo o Brasil onde o executivo somente
executa o que satisfaz os interesses pessoais dos seus governantes, um legislativo
normalmente legislando em benefício próprio e um judiciário que infelizmente
não confiamos mais, por suas decisões controversas e magistrados preocupados em
aparecer. Foi-se o tempo que somente falavam nos autos.
Vejo o Brasil onde o roubo, o desvio de
verbas, a ilicitude é praticada em todos os setores da sociedade na maior
desfaçatez.
Com a mesma simplicidade e cara de pau que
furam uma fila, metem a mão no dinheiro da merenda, da saúde, da educação, da
previdência, das verbas públicas, dos fundos de pensão, das verbas sociais e
também roubam no peso da balança, na feira, no troco, nas caixas de doações das
igrejas e os cofrinhos colocados por um hospital para angariar recursos para os
pacientes com câncer e por aí vai.
Vejo o Brasil onde o patrimônio público é
dilapidado sem a menor desfaçatez. A Petrobras, empresa outrora modelo e que em
qualquer país seria defendida com o maior orgulho sendo entregue aos grupos
estrangeiros. O Banco do Brasil, uma instituição que sempre foi um exemplo e com
o quadro de funcionário dos mais competentes sendo liquidado aos pouquinhos
para posteriormente ser vendido na bacia das almas. E outras.
Vejo um Brasil reclamando da saúde – com toda
razão, mas com vacinas sobrando nos postos porque os pais não levam seus filhos
para vacinar.
Vejo o Brasil onde os brasileiros na sua
grande maioria serem acusados de não saber votar. Pura verdade. Porém o pior é
que o brasileiro não tem a mínima noção do que seja cidadania. Cidadania. Se
soubesse ou no mínimo noção do que é isso não estaríamos nessa situação.
Vejo o Brasil, onde os brasileiros não
possuem a menor noção do que seja política por pensarem que adversário é
inimigo e que sua opinião é a única certa, não importa que ideologia defendam.
Não vejo o Brasil com futuro após as
eleições porque o congresso não será renovado.
Vejo
Brasil que eu quero que a Globo divulga, é um Brasil ainda muito distante. Até
porque os que querem o Brasil que pedem, muitos poucos, colaboram pelo Brasil
que dizem querer.
Vejo o Brasil, vejo o Brasil...
Não
vejo.
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