terça-feira, 8 de janeiro de 2019

UM DOMINGO INESQUECÍVEL



     Familia reunida -Lucia, Virgilinho, Luciana, Aline (nora) Fátima (irmã) e Solange (cunhada), o nosso primeiro domingo de 2019 certamente não sairá da nossa memória.
Galera embarcada em dois carros, pegamos estrada rumo à belíssima Cachoeira, a cidade heroica, uma das joias do barroco à margem esquerda do Rio Paraguaçu que segundo dizem, seu povoado foi fundado pelo célebre náufrago português Diogo Alvares Correia, Caramuru, pelos idos de 1500.
Com participação importante nas lutas pela Independência da Bahia em 2 de Julho de 1823, ao lado de São Félix e Santo Amaro da Purificação, preserva sua identidade cultural e histórica, seu belíssimo casario barroco, apesar de todo o desrespeito dos IPHAN por sua conservação e manutenção, lamentáveis. Mas nada disso ofusca o brilho do seu casario, do prazer de ver o seu mais belo cartão postal, a Imperial Ponte D. Pedro II sobre o Rio Paraguaçu, inaugurada em 1885, ligando-a a São Felix outra belíssima e importante cidade e que também participou ativamente nas lutas pela independência baiana.
    Cachoeira, como São Felix encantam os olhos e fazem a alegria do paladar; sua maniçoba, prato de folha de mandioca ralada com diversas carnes é para se comer de joelho, chorando, gemendo sem sentir dor, da mesma maneira como “mulher nova bonita e carinhosa faz com o homem” segundo Zé Ramalho, sem esquecer de agradecer ao “santo” pela oportunidade. “Santos” que não faltam nessa região devido a influencia dos escravos africanos que muito contribuíram para movimentar a economia da região.
Por fim passamos em Santo Amaro da Purificação onde passamos (eu e minha irmã Hildinha) nossa infância e inicio da adolescência e onde nasceram os outros dois irmãos: Rui e Fátima.
Outra cidade belíssima por seu casario colonial, a cidade fundada em 1537 às margens do Rio Subaé, possui museus importantes, palacetes e igrejas belíssimos.
Ao longo de sua história vem legando ao Brasil filhos ilustres em todos os segmentos como o Conselheiro Saraiva, Barão de Sergy, Condesssa du Barral, Amélia Rodrigues, Marquês de Abrantes, Teodoro Sampaio, sempre teve papel importantíssimo no mundo musical. Caetano Veloso e Maria Bethânia são atualmente suas referências quando se fala em música, mas sua participação é das mais efetivas. Em Santo Amaro nasceram: O Samba de Roda,Tia Ciata, Assis Valente, Edith do Prato, Roberto Mendes e muitos outros cuja memória me escapa agora.
    Encerramos em Santo Amaro o nosso passeio familiar, cultural, histórico e gastronômico. Porém não poderia finalizar essa crônica sem a cereja do bolo. Ela se chama D. Guigui, mora na belíssima praia de Itapema, povoado de Santo Amaro.
    São 96 anos de vitalidade, lucidez, simpatia, memória invejável, sorriso farto, que cativa qualquer um no primeiro encontro, isso sem falar no bom papo, no bom garfo (nada de comidinhas com pouco sal, grelhada e sem gordura).  Com ela é mocotó, feijoada, maniçoba, mocofato, um bom churrasco, uma boa moqueca de preferência acompanhada por uma loirinha bem gelada.
   D. Guigui, a senhora é uma figura inesquecível e esse passeio não seria completo e perfeito se não passássemos em Itapema, onde a senhora, nasceu, se criou, casou, criou os filhos (não foram poucos), e hoje ao lado deles, genros, noras e netos continua a irradiar simpatia, alegria e a iluminar seus caminhos.
    Já me convidei com a família para o centenário que vai ser uma festança com toda certeza.


6 comentários:

  1. Aiiii. que delícia, Virgílio. Quantas histórias já ouvi, de vocês, sobre os encantos de Santo Amaro da Purificação. E agora, saber de D. Guigui dá vontade de ir até ela, ligar um gravador, para depois escrever, e ouvir as suas histórias.

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  2. Venha que faremos o roteiro juntos e você vai adorar e encerraremos o passeio na casa dela com o gravador ligado e ela contando sua rica de historia de 96 anos.

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  3. Que maravilha, eu bem conheço essas delicias. Uma noite e São Félix olha do o rio não tem preço.
    Que pena não termosnos encontrado.
    Eu estava na cachoeira do Saco em Alecrim local me faz ver os mais belos espiritos de luz.

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  4. Uma pena mesmo. Gostaria que se identificasse nos comentários. \que tal sair do anonimato?

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  5. Raquel, venha que faremos o roteiro, em 2 dias. Um para conhecer as cidades históricas e o outro para ouvir D. Guigui, tomar banho de mar e comer moqueca de peixe, de camarão, mocofato e maniçoba.

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