As gravações do empresário Joesley Batista de seu encontro com o
presidente Michel Temer no Palácio Jaburu e o discurso hoje do grampeado se
defendendo das acusações do bandido/delator colocaram as
instituições em uma encruzilhada e a bala perdida atingiu a Lava Jato, concordem
ou não. Se inverídicas pois, ao que parece o material não foi periciado, mais
que uma imprudência foi um erro inadmissível principalmente partindo da PGR e posteriormente do ministro relator da Lava Jato ministro Edson Fachin. Se tudo o que está lá gravado não
foi montagem, mesmo sem estar claro o episódio de ajuda a Eduardo Cunha recebe
a concordância do presidente, este cometeu outros delitos no encontro com o
bandido/delator, inaceitáveis em um presidente da República.
É inadmissível e
totalmente inaceitável que a maior autoridade do país receba alguém investigado
pela Polícia Federal em mais de uma denúncia, suspeito de distribuir propinas a
diversas autoridades e também de operações fraudulentas junto ao
BNDES ser recebido na boca da madrugada no palácio residencial sem
que seu acesso a residência presidencial entrada tenha sido registrado na portaria. Um absurdo. E por
último, ao ouvir do bandoleiro dedo duro que tinha sob seu controle juízes, o
presidente permaneceu em silêncio quando tinha a obrigação de dar-lhe voz de prisão. Nem deu nem o denunciou
às autoridades. Mais um crime.
Por mais que tente se
justificar (normal), que em seus pronunciamentos demonstre indignação, por mais
que tente desqualificar o criminoso, ao agir assim, na minha opinião se
complica mais. Será possível que somente agora depois da vaca à beira do brejo
que ele tomou conhecimento de quem era Joesley? Fere a minha medíocre
inteligência.
A verdade é uma só.
Chegamos a um grau de irresponsabilidade tamanha que após vir contaminando toda
a classe política, de vereador a senador. De executivos de grandes empresas aos
maiores empreiteiros do Brasil, de revelações das quantias roubadas sempre girando
em torno de milhões de dólares, onde um simples gerente da Petrobras já devolveu 90
milhões de dólares e continua sendo obrigado a devolver mais. Onde um dos
delatores da Odebrecht cinicamente e sem um mínimo de pudor, sorrindo,
informava aos procuradores quanto distribuía de propina furto do roubo
praticado (dinheiro nosso) e hoje premiado com uma tornozeleira eletrônica
quando deveria estar mofando na cadeia, declarar que não quer mais saber de
emprego e que esperava se livrar da joia que lhe colocaram na canela, para
gozar a vida.
De tomar conhecimento
que ex-presidentes são acusados de corrupção, atingimos o suprassumo dos
absurdos: o presidente da República ser acusado de corrupto com gravação de áudio
e filmagem da entrega da propina a um preposto seu. No popular: com as calças
na mão.
Onde tudo isso vai
acabar não sabemos; que precisa acabar, sem a menor dúvida. Não com prêmios de tornozeleiras
eletrônicas que apenas lhe impedem de circular livremente pelas ruas, impedindo
que eles possam sair batendo carteira do cidadão, praticando a saidinha
bancária ou assaltando ônibus. Mesmo porque, em suas luxuosas mansões não lhes faltam conforto, lazer, boas bebidas, tudo fruto dos crime.
Precisam devolver tudo
que roubaram, com multa, juros e correção monetária e passem a ser hóspedes das nossas
prisões, uma espécie de umbral do Inferno de Dante.
Chega de jeitinho.
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