Carnaval
encerrou e o folião mesmo curtindo um ressaca daquelas, acordou que já chegamos em 2018.
Concordo.
Discordo daqueles que afirmam que a festa é uma prova da
alienação dos brasileiros. Para mim é o único período do ano que o brasileiro
mostra realmente sua cara, seu verdadeiro
desejo de ver um Brasil feliz, solidário, harmônico, mostrando que as
diversidades podem juntos e misturados conviver civilizadamente. É o Brasil dos sonhos da imensa maioria dos
brasileiros.
Livres
da tentativa de alienação que os poderosos insistem em nos colocar para não comprometer o
que eles entendem ser propriedades suas, nesse período perdem o controle e o
brasileiro “alienado” vai para as ruas, come, bebe, pula até onde podem e
mandam seus recados: esses dias são nossos e não adianta tentar atrapalhar.
O
carnaval que passou foi uma prova concreta, claríssima que atordoou todos eles.
Uma porrada bem forte no meio do chifre deles.
Aqui
em Salvador, durante alguns anos privatizado pelos blocos com suas cordas
separando os seu (seus?) foliões endinheirados do povão, as cordas foram praticamente extintas e a turma da “pipoca” mandou ver com todo seu vigor.
No Rio
de Janeiro além do retorno dos tradicionais blocos de rua recuperando seus espaços
e as Escolas de Samba com recursos bastante reduzidos mostraram que podem continuar a nos encantar
com seus enredos geniais, suas alegorias, suas sátiras, sambas enredos lindíssimo, e alas encantando-nos, por mais, que
tentem não conseguirão silenciar os que realmente amam e curtem o carnaval. E
mandaram ver nas críticas, algumas bem ácidas, como as da Beija-Flor de Nilópolis
e Paraíso do Tuiuti. Mostraram que por mais que tentem jamais conseguirão impedir que pensemos e materializemos nossas ideias sempre que a oportunidade surja. E nada mais oportuno que o carnaval.
Os
poderosos de sempre divulgaram vídeos e mensagens idiotas criticando um povo
que - segundo eles, somente vai às ruas para se esbaldar, mas não tem coragem para
reivindicar educação, saúde e segurança. E eles deixam?
A
Globo que mantém o monopólio dos desfiles do Rio de Janeiro e São Paulo se
enrolou todinha com as críticas da Tuiuti e Beija-Flor e somente na terça-feira
à noite após as críticas impiedosas e até cruéis do público, descobriu que o
vampiro do neoliberalismo era Michel Temer. Qualquer
criancinha de três aninhos identificaria em piscadela de olhos. Francamente.
Esse
povo “alienado”, espoliado, sofrido e preferenciais vítimas das balas perdidas
disparada pela incompetência de governantes irresponsáveis, cínicos, desonestos, que entram
na política para ser sócio do grande latifúndio, que saqueiam despudoradamente e diariamente os
cofres públicos recheando seus bolsos e cuecas, não esperavam tanta clareza no que foi mostrado.
Para a grande maioria deles e seus
asseclas, os grandes empresários, povo é resto e o resto que se dane.
São os
Justos Veríssimos personagem do genial Chico Anisio que cinicamente dizia: quero que o povo se exploda.
Pronto,
falei.
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