Ser baiano é um estado de
espírito. Ele não nasce... estreia e, a maioria das vezes “causando.” O caso
mais recente foi o nascimento das gêmeas de Ivete Sangalo que chegaram no
sábado de carnaval.
Quase sempre não choram
ao nascer. Cantam axé.
Quando está mamando, se
passar um trio elétrico só não sai do peito da mãe porque ela segura. É a
máxima de que atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu...ou foi seguro
pela mãe.
Jamais um baiano chega
atrasado em um compromisso. O relógio é que adiantou um pouco.
Andam devagar sem pressa
para a vida não passar depressa.
Por um bom “papo”, uma
boa conversa, vão longe, bem longe.
Não perdem um pôr do sol
no Porto da Barra (o mais lindo do mundo), um acarajé com pimenta e uma “punheta.”
Iguarias que não faltam no tabuleiro da baiana.
Ser baiano é não perder a
lavagem do Bonfim, não importa a religião.
Sendo católico não perde
a missa de domingo, mas por garantia dão uma passadinha no “terreiro” para
agradar o “santo”. Nunca se sabe o que pode acontecer depois, portanto, é
melhor estar “coberto.”
Ser baiano é acordar cedo
para trabalhar, chacoalhar durante uma hora no “buzu,” chegar no trabalho
sorrindo e a noite ir para a balada e no dia seguinte repetir o mesmo ritual...
sem reclamar.
Ser baiano é fazer amanhã o que é para fazer amanhã. Por
que fazer hoje? A cada dia com a sua agonia.
Ser baiano é chamar mãe
de mãinha e pai de painho.
Ser baiano é no carnaval
sair nos Filhos de Gandhy, e nas Muquiranas.
Ser baiano é frequentar a
Cantina da Lua no Terreiro de Jesus e não deixar de ir ao Pelô às terças-feiras ver o Olodum com
sua batida inconfundível.
Ser baiano é ver os
ensaios do Ylê e a todos os outros ensaios para o carnaval que começam em
outubro.
É ser frequentador do
Pelô, andar por suas ruas calçadas com pedras cabeça de negro e ficar
apreciando as cadeiras das baianas remexendo pra lá e pra cá numa cadência
erótica.
É chamar neguinha de
neguinha e negão de negão sem risco de ser acusado de racista.
Ser baiano é pedir ajuda
a Cosme e Damião para um amigo em dificuldade ou doente, prometendo um caruru se
a graça for alcançada. Mas avisa logo aos santos que quem vai pagar a promessa
é o beneficiado mesmo sem combinar com o dito cujo.
Ser baiano é ir à praia,
sentar numa barraca, comer peixe frito com uma cervejinha bem gelada. Banho de
mar é secundário.
Ser baiano é tratar quem
não conhece por “Ô meu Rei.
Ser baiano é... ser
baiano.
Só quem é baiano ou quem viveu em Salvador, sabe as minúcias aqui escritas.
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