quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A ARMADILHA BOLSONARO


    “O tempo não pode esperar, a bondade não é suficiente, a sorte varia e a malícia não conhece dom que a refreie”. (Maquiavel)
    Em sua obra O Príncipe, o filósofo entre muitas lições nos legou essa que parece ter inspirado Bolsonaro a agir da maneira como age para alcançar o sonho da presidência da República. E está dando certo pois a grande maioria do povo brasileiro embarcou na sua retórica e, ao que tudo indica irá elege-lo.
    Seu discurso de bom moço hoje, prometendo o paraíso, não apaga os diversos pronunciamentos feitos ao longo de sua vida pública onde sempre pregou o ódio, a violência e o desprezo pelo ser humano, exceção para aqueles que julga ser seus heróis. Ex.: o coronel Brilhante Ustra, de inesquecível memória, especialmente para aqueles que conseguiram sobreviver as torturas da DOI-CODI em São Paulo.
    É inadmissível o esquecimento de suas palavras em que disse que pelo voto não se consegue nada; é preciso matar uns trinta mil. E é pelo voto que parece estar conseguindo alcançar o objetivo maior. Pelas urnas que fraudam (segundo ele) conseguiu o mandato de Deputado Federal e na Câmara em passagem apagada há vinte oito anos vem enganando o eleitor.
Não deveríamos esquecer seus pronunciamentos preconceituosos contra os negros, os componentes do LGBT, contra os quilombolas, as minorias em geral e sua declaração que vai acabar com o ativismo. E por aí vai.
    Ao tentar nos vender o monopólio da honestidade tenta encobrir que sua ""caseira" fazia parte da folha de pagamento da Câmara e que o auxílio moradia recebido indevidamente era utilizado para comer gente 
   Outra armadilha é a possível utilização das redes sociais de maneira ilegal para favorecer sua candidatura. Se confirmadas a ilegalidade e a lei for aplicada seu diploma será negado e ele mais uma vez venderá o peixe da perseguição. Caso confirmado, apurado e não havendo punição, valeu a pena o ilícito penal.
    Com isso foi preparando a armadilha onde somente um resultado aceita: sua eleição domingo. Caso não ocorra irá contestar, provavelmente de maneira violenta o resultado das urnas. Os recados estão sendo dados por pessoas ligadas ao seu grupo: fim do décimo terceiro, volta da CPMF, carteira do trabalho verde e amarela com muitas obrigações e poucos direitos para o trabalhador, Universidades Federais paga, ensino a distância desde a alfabetização, rearmamento da população para combater a violência e liberdade para que os órgãos de segurança possam matar, como se as nossas policias (a banda podre) já não matassem bastante.
    A última grande pérola foi a declaração do seu filho sobre a possibilidade do fechamento do STF. Ele, na velha tática de consertar o inconsertável,  além de declarar que merece um psiquiatra quem diz tal coisa, informou que já reclamou com o garoto e se desculpou perante ao Supremo. É a famosa máxima do morde e assopra.
    A armadilha está pronta, qualquer que seja o resultado de domingo. Se Haddad vencer (muito difícil segundo as pesquisas), os seguidores de Bolsonaro inconformados e inoculados pelo veneno das mensagens do seu líder provavelmente irão as ruas contestar o resultado de maneira violenta. Se vencer, veremos em pouco tempo a intolerância, a desconfiança e o medo pairando sobre nossas cabeças. Não se iludam seus seguidores: no início os adversários serão o alvo, em seguida, vocês, os  correligionários serão as vítimas. Assim tem sido ao longo da história.
    Encerrando: resta-me duas opções na eleição de domingo. Votar num candidato acusado de poste, de corrupto e um outro que prega violência, menospreza as instituições, preconceituoso, racista, um fiel seguidor das ideias fascistas,  prefiro o primeiro, porque se errar as instituições punem conforme a lei. Já o segundo, pelo desprezo que demonstra às instituições não terá o menor acanhamento em elimina-las.
    Será a treva e o ranger de dentes... para todos.

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