sexta-feira, 19 de outubro de 2018

VALE A PENA?



    Segundo as últimas pesquisas de intenção de votos, Bolsonaro será eleito no dia 28 o próximo Presidente da República.
Confesso que jamais vi uma eleição onde o que menos houve foi discussão política. Aliás um hábito que parece ter deixado de existir entre nós, pois o que temos presenciado é uma radicalização de opiniões, inclusive levando a desentendimento familiares. Um absurdo.
    Precisamos entender que não existe democracia sem eleições periódicas e que os eleitos ocupam o cargo por determinado período.  Já laços familiares são para sempre e amizades não podem deixar de existir por divergências políticas. Defender nossos pontos de vista, nossas opiniões são importantes, mas jogarmos fora o que muitas vezes construímos com bastante sacrifício por alguém que não conhecemos e envolvidos por discursos com objetivos eleitoreiros é um absurdo. Palavras, são palavras, nada mais que palavras.
    Haddad e Bolsonaro são pessoas diametralmente opostas em praticamente tudo. Um, portador de discurso radical, preconceituoso e que ao longo de uma carreira parlamentar pobre e obscura, que em 27 anos de mandato jamais ocupou uma das comissões da câmara, sempre incitando a violência transmite-nos o receio de que ocupando o cargo de presidente possa, quando se vir em dificuldades de aprovação de seus projetos ou vê-los recusado pelo Congresso, tentar uma ruptura constitucional.
    Haddad por sua vez carrega o estigma de pertencer ao PT, cujos erros, que não foram poucos, de ser o responsável exclusivo da implementação da corrupção no Brasil. Uma inverdade pois historicamente a corrupção sempre fez parte da administração pública em conluio com grandes empresários que procuraram quase sempre vencer as concorrências através do suborno e assim,  com políticos corruptos, saquearam os cofres públicos.
    A história parece se repetir caso Bolsonaro seja eleito. É o repeteco de um filme que já assistimos duas vezes. Uma com Jânio Quadros que com a sua vassoura iria varrer a corrupção do Brasil e o que vimos foi após sete meses de mandato e um porre mal curado renunciar ao cargo e com isso plantado a semente do golpe que três anos depois derrubaria Jango e por vinte e um anos, ditatorialmente governou o País, restringiu as liberdades individuais, fechou o Congresso, criou os senadores biônicos, fechou os olhos para a corrupção, censurou a imprensa, impedindo que tomássemos conhecimento do que ocorria, principalmente nos porões da ditadura onde a tortura comia solta.
    A redemocratização, por uma das trapaças da sorte nos presenteou com Sarney quando indiretamente o eleito fora Tancredo.
Na primeira eleição direta elegemos o pseudo caçador de marajás, Fernando Collor, posteriormente afastado pelo Congresso por corrupção.
    Será que mais uma vez repetiremos o filme que já assistimos duas vezes?
    Vale a pena brigar com a família e amigos?

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