domingo, 10 de fevereiro de 2019

SEXTA-FEIRA 8 DE FEVEREIRO


    Da série de episódios lamentáveis pelos quais o Brasil vem enfrentando em 2019, mais dois devem ser acrescentados a essa lamentável estatistica.      
  Uma, o incêndio no Ninho do Urubu que matou 10 crianças, interrompendo o sonho de serem um dia ídolos do futebol, a esperança dos familiares que hoje choram a perda dos filhos e marcam profundamente os jovens que se salvaram, alguns com sequelas físicas e certamente com psicológicas que precisarão ser muito bem acompanhadas por psicólogos para que o trauma não venha se agravar.
    Uma outra aqui em Salvador, que mesmo não chegando nem perto das mortes no CT do Flamengo, porém com grande repercussão, a festa de 50 anos da “socialite” Donata Meirelles, diretora de uma revista de modas realizada no Palácio da Aclamação, outrora residência dos governadores e repleta de milionários. Tendo como tema o Brasil Colônia, a aniversariante solenemente sentada numa cadeira de vime, assemelhando-se a uma sinhá em uma liteira e ladeada por duas negras semelhantes a mucamas recebia seus convidados.
    Em demonstração explícita de racismo e total menosprezo por essa página triste da nossa História, a aniversariante sorridente escancarou todo o preconceito racial e fez questão de demonstrar que era branca, superior e que por mais que os negros, com todas as dificuldades enfrentadas pelo caminho da ascensão social que vêm conquistando continuam sendo pretos, inferiores e seu lugar continua a ser a senzala, porque a Casa Grande é exclusividade dos brancos, ricos e poderosos.
    Episódios como esses ocorrem diariamente entre nós nas mais diversas ocasiões e oportunidades e se um dia desejarmos ser realmente um país com P maiúsculo precisamos ter a coragem de superar nosso complexo de superioridade ter a humildade de reconhecer que somos todos iguais, sejamos brancos, negros, mulatos,  mestiços, índios, etc., etc., etc.
    Não ser racista de boca pra fora é facílimo, o difícil é não ser racista de verdade.
   
   

3 comentários:

  1. Um absurdo esse episódio como ainda existr pessoas que gastam seu tempo com coisas tão efêmeros assim? Se posicionar como superiores aos menos favorecidos. Lamentável!

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  2. Nestas horas, não seria o momento de também questionar o posicionamento dos negros? Com tanto esclarecimento que existe hoje, questionamentos feitos por eles mesmos. Porque ainda se submetem a exposição dessa natureza? Absurdo dos dois lados.

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  3. Belo texto meu amigo, eu sempre acreditei que a escravidão nunca deixou de existir, mesmo que mascarada, e com esse fato deixou abertamente o que sempre aconteceu e vem acontecendo.

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