Da série de episódios lamentáveis pelos
quais o Brasil vem enfrentando em 2019, mais dois devem ser acrescentados a
essa lamentável estatistica.
Uma, o incêndio no Ninho do Urubu que matou 10
crianças, interrompendo o sonho de serem um dia ídolos do futebol, a esperança
dos familiares que hoje choram a perda dos filhos e marcam profundamente os
jovens que se salvaram, alguns com sequelas físicas e certamente com
psicológicas que precisarão ser muito bem acompanhadas por psicólogos para que
o trauma não venha se agravar.
Uma outra aqui em Salvador, que mesmo não
chegando nem perto das mortes no CT do Flamengo, porém com grande repercussão, a festa de 50 anos da “socialite” Donata Meirelles, diretora de uma revista de
modas realizada no Palácio da Aclamação, outrora residência dos governadores e
repleta de milionários. Tendo como tema o Brasil Colônia, a aniversariante solenemente sentada numa cadeira de vime,
assemelhando-se a uma sinhá em uma liteira e ladeada por duas negras semelhantes a mucamas recebia
seus convidados.
Em demonstração explícita de racismo e
total menosprezo por essa página triste da nossa História, a aniversariante
sorridente escancarou todo o preconceito racial e fez questão de demonstrar que
era branca, superior e que por mais que os negros, com todas as dificuldades
enfrentadas pelo caminho da ascensão social que vêm conquistando continuam
sendo pretos, inferiores e seu lugar continua a ser a senzala, porque a Casa
Grande é exclusividade dos brancos, ricos e poderosos.
Episódios como esses ocorrem diariamente
entre nós nas mais diversas ocasiões e oportunidades e se um dia desejarmos ser realmente um
país com P maiúsculo precisamos ter a coragem de superar nosso complexo de superioridade
ter a humildade de reconhecer que somos todos iguais, sejamos brancos, negros,
mulatos, mestiços, índios, etc., etc., etc.
Não ser racista de boca pra fora é facílimo,
o difícil é não ser racista de verdade.
Um absurdo esse episódio como ainda existr pessoas que gastam seu tempo com coisas tão efêmeros assim? Se posicionar como superiores aos menos favorecidos. Lamentável!
ResponderExcluirNestas horas, não seria o momento de também questionar o posicionamento dos negros? Com tanto esclarecimento que existe hoje, questionamentos feitos por eles mesmos. Porque ainda se submetem a exposição dessa natureza? Absurdo dos dois lados.
ResponderExcluirBelo texto meu amigo, eu sempre acreditei que a escravidão nunca deixou de existir, mesmo que mascarada, e com esse fato deixou abertamente o que sempre aconteceu e vem acontecendo.
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